
Quatro dias depois de ser agredida pelo empresário Lírio Albino Parisotto, Luiza escreveu na sua página no Facebook: “A maquiagem forte esconde o hematoma da alma”
Maya Santana
Desde que as brasileiras resolveram por a boca no mundo, denunciando estupros, espancamentos e tudo que se costuma esconder atrás do rótulo de “violência doméstica”, os casos se multiplicam. São tantos, que parece uma “epidemia”. A impressão que se tem é que, no Brasil, o homem acha que, por ser mais forte, tem o direito de bater em mulher. Irmão bate na irmã. Marido bate na mulher. Namorado bate na namorada. Há até filho batendo em mãe. E fica tudo por isso mesmo.
O escândalo mais recente é o da ex-modelo e atriz Luiza Brunet, 54. Ela acaba de dar uma entrevista, contando detalhes das agressões que sofreu do ex-marido, o empresário Lírio Albino Parisotto, 62. Com uma fortuna avaliada em US$ 1,1 bilhão, ele é a 28ª pessoa mais rica do Brasil, segundo a Revista Forbes. Pois é, e foi tão violento que quebrou quatro costelas da modelo.
O caso lembra o de Pedro Paulo Carvalho, secretário de Governo da Prefeitura do Rio de Janeiro, agora pré-candidato a prefeito pelo PMDB, nas eleições de outubro,apoiado pelo atual prefeito, Eduardo Paes . Pedro Paulo agrediu a mulher, Alexandra Marcondes, mais de uma vez, chegando a quebrar-lhe um dente. Quando foi à delegacia registrar queixa, Alexandra relatou ter levado chutes e socos do então marido. Depois, aparentemente para não prejudicar a carreira política dele, ela deu outra versão e afirmou ter havido “agressões recíprocas”.

De flor, ele só tem o nome: Luiza com Lírio Albino Parisotto, 62
Embora tenha acontecido em maio, a agressão à Luiza Brunet só foi divulgada nesta sexta-feira, primeiro de julho, pela coluna de Anselmo Góes. De acordo com a coluna, “Luiza contou ter sido agredida, tendo inclusive as costelas quebradas pelo então companheiro após eles jantarem com amigos em um restaurante em Nova York. Segundo o relato dela, o casal saiu do estabelecimento e foi ao apartamento dele, onde o homem deu um soco na atriz, seguido de chutes. Parisotto a derrubou no sofá e a imobilizou até quebrar quatro costelas dela. Ela conseguiu se trancar no quarto e no dia seguinte foi para o Brasil.”
De volta a São Paulo, Luiza Brunet contratou o advogado Pedro Egberto da Fonseca Neto para levar adiante um processo contra seu agressor. “Ela [Luiza] está serena e tranquila”, disse o advogado, acrescentando: “Ela Viu que tinha que tomar as medidas que tomou para preservar os direitos dela e mostrar para outras mulheres que são vítimas de violência doméstica que elas não podem se calar”.
E não podem mesmo. Todo homem, mesmo o mais covarde, vai pensar mais, bem mais, antes de agredir, se toda agressão for denunciada e punida.
O irônico e trágico nessa história de Luiza Brunet é que ela é embaixadora do Instituto Avon, empresa que faz campanha contra a violência doméstica.
1 Comentários
Palavras corajosas, Maya, para atitudes corajosas. Machistas violentos não passarão.