
Miriam Moura
50emais
Conhecer novas doutrinas e ideias brilhantes de cérebros talentosos é uma busca incessante para mim. Sou leitora voraz de publicações de mídia e de literatura, ouço milhares de podcasts. Estudo para aprofundar conhecimento, mas sobretudo porque é algo que me proporciona prazer e inspiração.
Assim foi quando me detive sobre os ensinamentos do médico e autor canadense-americano Peter Attia e sobre seu conceito “década marginal”. A designação adotada refere-se aos últimos dez anos de vida de alguém, algo que todo o ser humano vivenciará, embora sem poder precisar no tempo. O dr. Attia propõe que devemos buscar a melhor versão possível para esses últimos tempos.
Autor do best-seller “Outlive – A arte e a ciência de viver mais e melhor”, o médico explica o conceito com um exemplo. Conta que estava no funeral do pai de um grande amigo, do qual lembrava como um senhor adorável que gostava de jogar golfe e cuidar do jardim, mas que nos últimos dez anos de vida não havia feito nenhuma das duas atividades por conta de diversos problemas físicos até que, ao final, morreu com Alzheimer.

“Quando você tira a capacidade de uma pessoa de participar fisicamente das coisas, isso suga a sua energia vital. É isso que precisamos evitar”, afirmou. Todos sabemos e temos plena consciência da necessidade (e dos benefícios) de se tentar ter uma vida saudável em qualquer fase de nossas vidas.
Nome respeitado no segmento da medicina relacionado à longevidade, Peter Attia tem um princípio próprio para a ciência médica, “Medicina 3.0”, adotado em sua empresa Early Medical, para ajudar pacientes a ter uma melhor qualidade de vida por mais tempo. Assertivo e direto em palestras, gosta de asseverar que “não existem suplementos ou dietas mágicas. Os influenciadores não vão te ajudar a rejuvenescer. O que existe é um trabalho árduo e disciplinado, mas que funciona”. (Como não concordar?)
Attia lembra que três fatores colaboram para a qualidade de vida depois dos 50. O primeiro deles é físico: a robustez do corpo, a capacidade de se movimentar e a ausência de dor. O segundo é relacionado ao lado cognitivo, uma vez que à medida que alguém envelhece percebe que sua capacidade mental está mudando.
E há o terceiro aspecto, a saúde emocional, muito em voga atualmente e o mais interessante de todos, porque é o “único que não precisa necessariamente mudar com a idade”, assinala. Dormir adequadamente e fazer exercícios tem um impacto enorme sobre a saúde emocional, e é uma das formas de aliviar o estresse crônico. A receita para o bem-estar emocional agrega muitas outras coisas, como meditação, exercícios de respiração, terapia e mesmo optar pela interação social em lugar do isolamento.
É importante também o cultivo de conexão genuína com outras pessoas. Peter Attia enfatiza os enormes benefícios da interação entre pessoas e costuma provocar plateias em palestras: “Se eu dissesse: ‘Você pode ter tudo o que quiser, mas terá que viver isolado para sempre’, tenho certeza de que ninguém aceitaria. Há algumas coisas que realmente importam na vida, e estar com outras pessoas é uma delas”.
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