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A difícil tarefa de fazer uma reserva financeira para a velhice

As pessoas estão vivendo cada vez mais e nem todas sabem fazer cálculos. Foto: Reprodução/Internet

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Sem noção da própria longevidade, as pessoas subestimam o número de anos que têm pela frente. É o que afirma uma das economistas ouvidas no artigo abaixo, de Mariza Tavares, do blog Longevidade: Modo de Usar, O Globo.

Esta é uma das explicações para o fato de muito pouca gente conseguir poupar, guardar dinheiro, pensando nos anos da velhice. As pessoas estão vivendo mais. E têm pela frente longos anos depois da aposentadoria.

No caso do Brasil, 51% das pessoas estimam que, no futuro, dependerão da previdência social e menos de um quinto dos brasileiros tem uma reserva para quando parar de trabalhar, de acordo com a Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.

Isso porque falta educação financeira, falta conhecimento do básico e as pessoas não sabem fazer cálculos, explica outra economista.

Leia:

Levantamento apresentado por Surya Kolluri, diretor do TIAA Institute, organização de serviços financeiros, mostrou que somente 13% dos norte-americanos dispõem de uma pé-de-meia confortável. Outros 24% não sabem se o que pouparam será suficiente até o fim de suas vidas.

Quase 40% não acreditam que conseguirão se aposentar e, entre os afrodescendentes, esse percentual chega a 54%. Segundo o National Council on Aging (Conselho Nacional do Envelhecimento), os idosos representam o único grupo nos EUA que vem enfrentando um aumento de pobreza.

Por aqui, 51% estimam que, no futuro, dependerão da previdência social e menos de um quinto dos brasileiros tem uma reserva para quando parar de trabalhar, de acordo com a Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.

Leia também: Maioria dos Idosos não considera aposentadoria suficiente para viver

No painel intitulado “When complexity meets longevity: navigating our financial futures” (“Quando a complexidade encontra a longevidade: navegando no nosso futuro financeiro”), a estrela foi a economista italiana Annamaria Lusardi, do Instituto de Pesquisas de Políticas Econômicas de Stanford. Uma das principais referências mundiais em educação financeira, ela alertou sobre um cenário desafiador por causa da falta de conhecimento sobre como lidar com dinheiro:

“As pessoas desconhecem cálculos simples, como o de juros compostos; o impacto da inflação sobre seus rendimentos; e a necessidade de diversificação, porque qualquer investimento embute riscos. Isso interfere nas decisões até quando há uma oportunidade para se poupar. Na verdade, não têm noção da própria longevidade. Subestimam o número de anos que têm pela frente, especialmente os homens. Não saber calcular com um certo grau de acurácia a expectativa de vida faz muita diferença, porque afeta o comportamento em relação a se preparar para o futuro”.

Leia também: Cinco dicas para manter a qualidade de vida após a aposentadoria

Chris Farrell, editor do Marketplace Place, um programa dedicado a finanças pessoais, enfatizou os obstáculos para economizar ao longo da vida: “A principal razão é simplesmente não ter dinheiro. As pessoas perdem seus empregos, enfrentam problemas de saúde, têm que cuidar de parentes. Boa parte não tem como bancar uma despesa de emergência. Todos deveriam ter oportunidade de participar de um sistema de poupança para a aposentadoria e estar cobertos por um serviço de cuidados de longo prazo. As políticas públicas têm que mudar”.

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