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A vida seria muito mais dura se não fossem pelas irmãs-amigas, amigas-irmãs

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Psicanalista Helena Albuquerque: As mulheres trocam confidências, expõem aquilo que vivem e seus conflitos, bordam e tricotam (literal e metaforicamente), brigam, acompanham e cuidam umas das outras, numa troca recíproca e coletiva

Maya Santana, 50emais

Recebo muitas sugestões do que postar no 50emais. Hoje, através de uma amiga querida, recebi este pequeno e gracioso texto de autoria da Psicanalista Helena Albuquerque, da USP. É uma espécie de tributo à amizade entre mulheres, à singularidade desse tipo de relacionamento, que nos ajuda tanto a viver. Já postei aqui mais de um artigo falando da importância das amigas, sobretudo quando já se passou de uma certa idade. “A vida seria muito mais dura se não fossem pelas irmãs-amigas, amigas-irmãs, com as quais podemos falar e elaborar tanto as dores como as delícias que vamos experimentando ao longo da estrada” – diz Helena Albuquerque. Eu concordo plenamente.

Leia:

“Será que existe alguma coisa de diferente na amizade entre mulheres, que a torna especial?

As mulheres costumam fazer muitas coisas juntas.

Não é raro vê-las em pares ou em grupo no cinema, fazendo compras, viajando, olhando vitrines, andando no parque, indo a shows, a exposições, almoçando, e tudo isso sem parar de conversar (mulher fala, não?!). Romances, relacionamentos, rompimentos, perdas, filhos, profissão, roupas, menstruação, tpm, menopausa, exercícios, sexo, etc., assunto é que não falta!

Uma grande amiga minha chama de “sair para mulherar” essas tantas atividades que fazemos juntas enquanto, ao mesmo tempo, vamos falando da vida.

As mulheres trocam confidências, expõem aquilo que vivem e seus conflitos, bordam e tricotam (literal e metaforicamente), brigam, acompanham e cuidam umas das outras, numa troca recíproca e coletiva.

Nas muitas atividades em companhia das amigas, aparentemente tão triviais, fios da subjetividade de cada uma de nós se entretecem e nos ajudam a virar mulher, a ser mãe, a ser amiga, a casar, a ter filhos, a descasar, a trabalhar, a enfrentar a saída dos filhos de casa, a voltar a namorar, a passar pela menopausa, a envelhecer, a fazer os lutos e tantas outras coisas.

A vida seria muito mais dura se não fossem pelas irmãs-amigas, amigas-irmãs, com as quais podemos falar e elaborar tanto as dores como as delícias que vamos experimentando ao longo da estrada.

“Mulherar” ajuda a fabricar tecido psíquico, um tecido que vai sendo bordado coletivamente, criando novos desenhos e novas formas de pensar e dar sentido às nossas vivências e à nossa história.”

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