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Aplicativos de paquera caem no gosto de quem tem mais de 50

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Três em cada 10 adeptos dos aplicativos de namoro têm mais de 50 anos. Foto: site madurasefabulosas.com.br

É claro que é preciso ter cuidado, pois há golpistas e eles se aproveitam principalmente de mulheres que se mostram ingênuas, mas cresce cada vez mais o número de pessoas mais velhas que encontra seu parceiro ou parceira pela internet. Seja através dos muitos sites de namoro disponíveis, seja pelo número crescente de aplicativos. A grande vantagem é a comodidade. Sem sair de casa ou em qualquer outro lugar que estiver, você pode paquerar.

Leia mais sobre os aplicativos de namoro nesta reportagem de Letícia Passos para a Veja:

Nos últimos anos, os aplicativos de paquera têm ganhado cada vez mais adeptos, especialmente pela comodidade que oferecem. Apesar de ter se popularizado entre jovens, essa tecnologia está conquistando grupos mais velhos, especialmente indivíduos acima dos 50 anos.  Uma pesquisa indica que, atualmente, eles representam 35% do total de usuários. O levantamento, realizado pela Match Group LatAm, ainda descobriu que 50% dos entrevistados entre 50 e 59 anos acreditam que nesta idade é mais fácil encontrar um novo amor, já que as pessoas tendem a ser maduras e ter expectativas mais realistas na busca por um parceiro.

Além disso, 97% deles acreditam que entrar em um relacionamento neste período da vida é incrível. É o caso da Daniela Fabbrocini, de 52 anos. Divorciada há quinze anos, desde o ano passado ela namora uma pessoa que conheceu pelo aplicativo Happn. Como muitos na sua idade, ela tinha receio de utilizar o recurso por não querer se expor ou ser alvo de julgamentos, mas uma mudança na carreira trouxe a reflexão sobre a necessidade de ser mais flexível, inclusive no amor. Segundo Daniela, sem o aplicativo, ela dificilmente teria a oportunidade de conhecer alguém tão diferente.

A nova experiência fez com que ela percebesse as vantagens de utilizar aplicativos de relacionamento. Agora, Daniela recomenda, mas faz algumas ressalvas. “Eu aconselho usar o aplicativo. Mas antes precisam ter autossuficiência emocional. A carência atrapalha muito. Se você está carente, é melhor procurar a terapia e trabalhar essa questão antes de se aventurar”, diz.

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A psicóloga Vânia Calazans concorda. “Esse é um bom conselho. Resolver as próprias questões é fundamental, mas leva tempo e por isso poucos pensam nesta possibilidade. As pessoas não querem esperar. Mas conhecer a si mesmo garante que você vai estar preparado para reconhecer tanto os sinais positivos quanto os negativos de alguém que se conhece por aplicativo ou mesmo na vida”, explica. 

Comodidade x segurança

Aplicativos de relacionamento trazem comodidade, especialmente para quem não quer se expor em situações públicas. Também facilita o encontro de pessoas com interesses em comum. Ainda assim, é preciso ser usado com cautela e inteligência. Daniela conta que no começo se deslumbrava com a foto, a beleza física, mas que, com o tempo, aprendeu a priorizar o que está escrito no perfil. Foi assim que ela notou o atual namorado. “Gostei do que ele escreveu. Era exatamente como eu me sentia”, comentou. Por isso, especialistas em aplicativos recomendam que os usuários sejam honestos no perfil.

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Ao encontrar alguém bacana, é preciso ser cauteloso. “Converse bastante. Primeiro pelo aplicativo e, se foi possível construir maior confiança, passe para o WhatsApp. Por lá, preste atenção nas fotos do perfil e, se possível, sugira uma conversa por vídeo. A qualquer sinal de que algo está errado, use o ‘bloquear’. Se houver firmeza, marque um encontro, sempre em local público”, recomenda.

A prudência deve permanecer no primeiro encontro. Vânia, por exemplo, aconselha manter as expectativas bem baixas. “Durante o primeiro contato a pessoa não é autêntica. Ela quer agradar e só mostra as qualidades. É preciso ficar atento e prestar atenção em incoerências, na postura, no teor das perguntas”, diz a psicóloga do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP).

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Com todos os cuidados tomados, resta apenas aproveitar a experiência — cada vez mais procurada pelos maiores de 50 anos. Aliás, eles estão muito interessados em desfrutar todas as possibilidades desta nova fase da vida.

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