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Bibi Ferreira: “Sinto falta de um namorado, não de um casamento”

Apreciando a paisagem em sua casa no Flamengo, no Rio. Foto: Felipe O'Neill
Aos 93 anos, apreciando a paisagem em sua casa no Flamengo, no Rio. Foto: Felipe O’Neill

Sempre que posso posto algo aqui no 50emais algo sobre Bibi Ferreira. O que me fascina nesta artista memorável, que venho acompanhando ao longo de todas estas décadas, é vê-la em plena atividade, cheia de planos profissionais, perto de completar 94 anos de vida – em junho. Não significa que não discorde de algumas de suas ideias. Nada que me faça perder de vista a grande artista que ela é. Nesta entrevista, dada a Bruno Astuto, da revista Época, ela dá detalhes da vida que leva e, quando perguntada se não sente falta de um companheiro, respondeu no ato: “De um namorado, sim. Não de casamento. Ficar morando aqui é muito chato. O homem, enquanto não se sente dono da cidadã, é ótimo.”

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Bibi Ferreira tem 93 anos, “mas nem parece”, como gosta de dizer. Mais veterana das atrizes em atividade, ela estreia neste sábado (27) uma nova turnê no Vivo Rio, ‘4XBibi’. No show, a diva revisita o repertório de Frank Sinatra, Edith Piaf, Amália Rodrigues e Carlos Gardel, seus intérpretes favoritos. Mesmo sem nunca ter feito exercícios – “só eróticos”, ela brinca -, Bibi jura que não tem segredos quanto à sua disposição para o trabalho. “Sou preguiçosa. Mas se tem que ensaiar por oito horas vamos lá. Procuro o prazer dentro da obrigação”, diz a atriz e cantora, que festeja 75 anos de carreira.

Você é conhecida por ter uma memória infalível. Como a exercita?

Meu trabalho é constante, saio de um espetáculo para o outro. E tenho a sorte de ter boa memória e saúde mental. Sou assim desde pequena. O dia em que o mundo recebeu a notícia de que Bibi Ferreira nasceu, o Pão de Açúcar se curvou que eu sei (risos). Brincadeira. Nem sei se meu pai e minha mãe gostaram do meu nascimento. Acho que me evitavam.

Por quê?

Dei muito trabalho. Mas não era levada, era preguiçosa. Perguntava: “Onde tem um sofá, um lugar para deitar?” Lugar para deitar é comigo mesmo. Até hoje sou assim. Mas se tem que ensaiar até oito horas da noite, eu ensaio. Sempre procuro o prazer dentro da obrigação.

Como é a sua rotina?

Eu adoro o dia. Sou do dia. O que não quer dizer que eu saia da cama (risos). Eu acordo meio-dia, uma hora. E fico na cama, enrolando. Tenho dormido por volta de cinco, seis horas da manhã. Mas não sou nada vampira, mas um anjo, com asas cor-de-rosa.

E sente falta de ter um companheiro?

De um namorado, sim. Não de casamento. Ficar morando aqui é muito chato. O homem, enquanto não se sente dono da cidadã, é ótimo. Depois, só quer saber onde está o botão da camisa, essas coisas. Namorado dorme longe, fica longe. Mas não tem muitos homens hoje em dia por aí. Acho que as mulheres andam pouco femininas, deixam a desejar.

Costuma ler jornais, beber?

Não leio. Me contam tudo que me interessa, como política. Estou a par da crise. E ela interfere na bilheteria dos espetáculos, porque o teatro não é um gênero de primeira necessidade. Não gosto do gosto do álcool, de vinhos. Mas cerveja é diferente. Imagina uma mesinha, não muito grande, uma Heineken, pessoas simpáticas? Só não posso ter espetáculo no dia seguinte, porque ferra a minha garganta. Não vou tomar cerveja quente, né? Clique aqui para ler mais.

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