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Brasileira ganha Prêmio Mundial da Alimentação, considerado o ‘Nobel da Agricultura’

Mariângela Hungria, 67 anos, microbiologista, recebeu a homenagem de uma organização com sede nos Estados Unidos

15/05/2025
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Por seu trabalho, Mariangela Hungria é considerada ‘mãe da microbiologia’ no Brasil. Foto: Reprodução/Internet

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Esse é um prêmio internacional importante, que homenageia aqueles que contribuem ou contribuiram para melhorar a alimentação no mundo. É concedido desde 1987 pela World Prize Foundation. organização com sede nos Estados Unidos.

A distinção este ano foi para Mariangela Hungria, 67, microbiologista,  pesquisadora da Embrapa, com um trabalho de busca por altos rendimentos no campo reconhecido internacionalmente.

Ela é autora de mais de 500 artigos, capítulos, publicações acadêmicastamb e também produziu o primeiro manual em português para métodos de microbiologia do solo adaptados aos trópicos.

Por seu trabalho, Mariangela Hungria é considerada ‘mãe da microbiologia’ no Brasil.

“Como pioneira industrial e mãe, a Dra. Hungria serve como um exemplo inspirador para mulheres pesquisadoras que buscam incorporar ambos os papéis. Suas descobertas e desenvolvimentos levaram o Brasil a se tornar um celeiro global”, disse a governadora de Iowa, Kim Reynolds, estado americano onde fica a sede da organização que concedeu o prêmio.

Leia o artigo de Julia Braun, da BBC Brasil:

A engenheira agrônoma e pesquisadora brasileira Mariangela Hungria foi agraciada nesta terça-feira (12/5) com o Prêmio Mundial da Alimentação por seu trabalho com insumos biológicos que revolucionaram a agricultura no Brasil.

O prêmio é conhecido como ‘Nobel da Agricultura’ e homenageia indivíduos que melhoraram a qualidade, a quantidade ou a disponibilidade de alimentos em todo o mundo.

As pesquisas comandadas por Hungria deram origem a dezenas de tratamentos biológicos para sementes que aumentaram significativamente a produtividade das principais culturas e reduziram a necessidade de fertilizantes químicos.

Estima-se que os produtos desenvolvidos pela engenheira agrônoma associada à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) tenham sido utilizados em mais de 40 milhões de hectares no Brasil, gerando aos agricultores uma economia de até US$ 25 bilhões (R$127,5 bilhões) por ano em custos de insumos.

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Os desenvolvimentos possibilitados pela pesquisa também evitaram a emissão de mais de 230 milhões de toneladas métricas de CO₂ equivalente por ano.

Autora de mais de 500 artigos, capítulos e publicações acadêmicas, ela também produziu o primeiro manual em português para métodos de microbiologia do solo adaptados aos trópicos.

Por seu trabalho, Mariangela Hungria é considerada ‘mãe da microbiologia’ no Brasil.

“É uma emoção incrível receber esse prêmio”, disse a pesquisadora de 67 anos à BBC Brasil. “Acho que o diferencial que me destacou foi a persistência: mais de 40 anos acreditando que os biológicos poderiam ser uma solução viável economicamente e de alto rendimento.”

O Prêmio Mundial da Alimentação foi criado em 1986 e já condecorou outros três brasileiros além de Hungria.

Em 2006, os agrônomos Edson Lobato e Alysson Paolinelli foram homenageados, juntamente com o cientista americano Andrew Colin McClung, por seus papéis fundamentais na transformação do Cerrado brasileiro. E em 2011, o então ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o prêmio ao lado do ex-presidente ganês John Agyekum Kufuor por sua atuação no combate à fome.

O anúncio do Prêmio Mundial da Alimentação deste ano foi feito na sede internacional da organização, em Des Moines, Iowa, Estados Unidos.

Brasil é considerado o “celeiro do mundo”: país produz alimentos suficientes para necessidades calóricas de aproximadamente 900 milhões de pessoas. Foto: Getty Images

“Como pioneira industrial e mãe, a Dra. Hungria serve como um exemplo inspirador para mulheres pesquisadoras que buscam incorporar ambos os papéis. Suas descobertas e desenvolvimentos lançaram o Brasil para se tornar um celeiro global”, disse a governadora de Iowa, Kim Reynolds, que presidiu a cerimônia.

Uma nova ‘Revolução Verde’

O prêmio foi fundado por Norman Ernest Borlaug, que recebeu o Nobel da Paz em 1970 pelo seu papel na Revolução Verde. O movimento foi um marco histórico que transformou profundamente a agricultura e a economia mundial, possibilitando a produção em larga escala de grãos e alimentos essenciais.

O modelo se baseou, entre outras coisas, na intensiva utilização de sementes geneticamente alteradas, fertilizantes e agrotóxicos.

Já o trabalho de Mariangela Hungria foi bem-sucedido em justamente buscar alternativas biológicas para os fertilizantes químicos.

“Muita gente dizia que isso não teria futuro, que biológicos não dariam altos rendimentos para a agricultura. Mas eu nunca desisti”, disse à BBC.

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Os inoculantes, que são um de seus focos de pesquisa há pelo menos três décadas, são produtos não químicos que ajudam as plantas na absorção dos nutrientes. Podem conter microrganismos benéficos para o desenvolvimento vegetativo, como bactérias e fungos.

Hungria foi uma das primeiras proponentes da fixação biológica de nitrogênio. O método desenvolvido pela pesquisadora e seus colegas usa bactérias fixadoras para converter o nitrogênio do ar, que é abundante mas inacessível para plantas e animais, em formas que as plantas conseguem absorver e utilizar para seu crescimento.

“Se não fosse esse processo natural, teríamos que usar fertilizantes químicos que consomem muita energia — cerca de seis barris de petróleo por tonelada de nitrogênio produzido”, explica Hungria.

“O nitrogênio fertilizante é o mais poluente de todos os nutrientes. Segundo o IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas], cada 1 kg de nitrogênio equivale a 10 kg de CO₂.”

‘Bactérias do bem’

A pesquisadora começou estudando rizóbios, um tipo de bactéria que interage com as raízes de leguminosas para fornecer nitrogênio em troca de energia. Ela descobriu que a aplicação dessa cepa à soja por meio de um inoculante anualmente poderia aumentar a produtividade em até 8% em comparação com o uso de fertilizantes sintéticos.

A brasileira também foi a primeira a lançar cepas comerciais da bactéria Azospirillum brasilense. Sua pesquisa mostrou que a combinação e a aplicação de Azospirillum brasilense e rizóbios poderia dobrar o aumento da produtividade em feijão e soja.

“O Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo graças ao uso dessas bactérias. Sem elas, seria inviável economicamente”, diz Hungria.

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Segundo a microbiologista, ainda que o uso de fertilizantes químicos predomine no Brasil hoje, os inoculantes são importantes porque podem ser produzidos nacionalmente, enquanto a grande maioria dos fertilizantes utilizados em solo brasileiro são importados.

Atualmente, o país importa cerca de 85% de todos os fertilizantes químicos necessários para a agricultura nacional.

Mas graças aos insumos biológicos, o país conseguiu economizar no ano passado quase R$ 130 bilhões em apenas uma safra de soja, por não precisar buscar alternativas no exterior.

O estímulo ao uso de fertilizantes biológicos também se tornou ainda mais relevante no Brasil com a guerra na Ucrânia e a aplicação de sanções contra a Rússia, já que cerca de 23% das importações de insumos químicos necessários para a agricultura nacional vinham dos russos.

“A guerra na Ucrânia e a pandemia escancararam nossa dependência de fertilizantes importados — e abriram espaço para os biológicos”, diz a pesquisadora.

Mariangela Hungria afirma, porém, que o Brasil – e o mundo – ainda têm um longo caminho a percorrer na área de fertilizantes biológicos.

“O Brasil é líder no uso de bio insumos, mas eles ainda representam só 10% em relação aos químicos”, diz.

“Falta investir mais em pesquisa e em indústrias para diminuir nossa dependência e o Brasil alcançar a agricultura que a gente sonha: de alta produtividade, mas cada vez mais sustentável.”

A pesquisadora defende ainda uma abordagem ampla para que os avanços possibilitados pela ciência tenham um efeito democrático na distribuição de alimentos.

“A produção de alimentos sozinha não acaba com a fome. É preciso uma abordagem multidisciplinar: educação, economia, comunicação, apoio à agricultura familiar”, diz.

“O Brasil produz comida para quase 1 bilhão de pessoas, mas já tivemos há alguns anos 33 milhões em insegurança alimentar. Isso é inaceitável.”

Paixão que vem da infância

A paixão de Mariangela Hungria pela microbiologia e pelo meio ambiente nasceram ainda na infância. Aos 8 anos, a paulistana natural de Itapetininga ganhou de presente da avó o livro Caçadores de Micróbios e soube que gostaria de seguir a carreira no futuro.

“Minha avó era professora de Ciências na escola pública e percebeu meu interesse pelo tema. Ela sempre fazia experimentos comigo no jardim, explicando fatos sobre o ar, a fotossíntese ou os organismos que não conseguimos ver a olho nu”, conta Hungria.

“Mas eu logo percebi que não queria ser da área da saúde, queria trabalhar com produção de alimentos, para contribuir com a luta contra a fome.”

Após a escola, Hungria começou sua trajetória na área com uma formação em Engenharia Agronômica na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP). Foi nesse período, diz, que se interessou pela pesquisa sobre processos biológicos para avançar a agricultura.

Após a graduação, Hungria continuou os estudos com mestrado, doutorado e pós-doutorado, com passagens por universidades nos Estados Unidos e Espanha.

A microbiologista é ainda comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico e membro titular da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Brasileira de Ciência Agronômica.

Professora na Universidade Estadual de Londrina, Hungria é atualmente bolsista de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e foi bolsista da entidade por grande parte de sua trajetória.

Em março de 2025, ela foi agraciada com o Prêmio Mulheres e Ciência, promovido pelo Conselho.

‘A agricultura do futuro é feminina’

A pesquisadora não nega, porém, que seu percurso na área da agricultura e microbiologia foi cheio de percalços.

“Quando decidi fazer agronomia, esse era um mundo extremamente masculino”, diz Mariangela Hungria, que deu à luz à primeira filha quando ainda estava na graduação.

“Enfrentei muitos preconceitos por ser mulher, mãe jovem, e ainda mais por ter uma segunda filha com necessidades especiais.”

A brasileira celebra o fato da área estar mais diversificada em 2025, mas afirma que ainda há muito a melhorar.

Questionada sobre os conselhos que daria a jovens pesquisadoras, cita “persistência, competência e resultados científicos robustos” como a melhor forma de enfrentar o preconceito.

“Às vezes temos que engolir seco e chorar em casa, mas ninguém pode agir contra argumentos e resultados científicos”, diz.

Mariangela Hungria argumenta ainda que a agricultura precisa das mulheres para crescer. “A agricultura sustentável do futuro traz uma visão muito feminina — de cuidado com o solo, o meio ambiente e as pessoas.”

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Iniciei minhas atividades como jornalista na década de 70. Trabalhei em alguns dos principais veículos nacionais, como O Estado de S. Paulo e Jornal de Brasil. Mas a maior parte da minha carreira foi construída no exterior, trabalhando para a emissora britânica BBC, em Londres, onde vivi durante mais de 16 anos. No retorno ao Brasil, criei um jornal, do qual fui editora até me voltar para a internet. O 50emais ganhou vida em agosto de 2010. Escolhi o Rio de Janeiro para viver esta terceira fase da existência.

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