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Há algum tempo, li no site da BBC Brasil uma entrevista com o biólogo molecular indiano Venki Ramakrishnan, ganhador do Prêmio Nobel de Química, em 2009, na qual ele afirma: “Com o conhecimento atual, 120 anos é o tempo mais longo que poderíamos viver razoavelmente, e é improvável que vivamos além dessa idade.”
Agora, outro pesquisador da mesma Universidade de Harvard, David Sinclair, faz previsão diferente. Segundo ele, “a primeira pessoa que viverá até os 150 anos já nasceu.”
David Sinclair é um dos principais especialistas em longevidade, e ele acredita que, em menos de uma década, terapias genéticas capazes de reverter o envelhecimento estarão disponíveis.
Boa parte dos seres humanos sempre sonhou com a imortalidade. E a indústria farmacêutica investe pesado nas pesquisas que buscam a chave da longevidade. Mas a pergunta que o autor da matéra faz, ao final, é: Você toparia viver 150 anos? A minha resposta pessoal é não, eu não gostaria. E você?
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E se, em vez de envelhecer, fosse possível “voltar no tempo” com um simples comprimido? A pergunta que parece maluca, mas está cada vez mais próxima da realidade, segundo o geneticista David Sinclair, da Universidade Harvard. Em entrevista ao podcast Moonshots, em julho, ele afirmou: “A primeira pessoa que viverá até os 150 anos já nasceu.”
Sinclair é uma das principais vozes quando o assunto é longevidade, e ele e acredita que, em menos de uma década, terapias genéticas capazes de reverter o envelhecimento estarão disponíveis para uso clínico.
No podcast ele explicou que o foco de sua pesquisa é a reprogramação epigenética. Em outras palavras, trata-se de um processo que “reseta” o relógio biológico das células, restaurando características de tecidos jovens. Resultados já foram demonstrados em camundongos e macacos, com regeneração de nervos ópticos e recuperação de funções celulares críticas.
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O trabalho é parte do ambicioso Dog Aging Project, realizado em parceria com a Texas A&M University e a University of Washington, e prevê ensaios clínicos com humanos até 2026, começando com pacientes que sofrem de doenças oculares. O custo estimado por terapia, neste início, deve variar entre US$ 300 mil e US$ 2 milhões. A ideia é que, até 2035, a tecnologia se torne mais acessível, com a criação de uma “pílula rejuvenescedora” movida por inteligência artificial (IA). (Uau, né?)
Mas a promessa de estender a vida humana para 120, 130 ou até 150 anos está longe de ser consenso. De acordo com o Infobae, especialistas em longevidade, como Jan Vijg e Aubrey de Grey, alertam para os desafios éticos, sociais e regulatórios dessas terapias. De Grey chama atenção para o risco de acesso desigual a essas tecnologias, enquanto o gerontologista S. Jay Olshansky argumenta que “não basta viver mais, é preciso viver bem”.
A ciência, de fato, vem acumulando avanços. Em reportagem, o jornal argentino mostrou que estudos publicados na Nature Aging relatam o rejuvenescimento de órgãos em animais e a ativação de circuitos genéticos ligados à longevidade. A inteligência artificial está acelerando esse processo, ao analisar grandes volumes de dados genéticos e prever compostos com potencial antienvelhecimento. Gigantes da biotecnologia nos Estados Unidos, Europa e Ásia já investem bilhões nessa nova fronteira da saúde.
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No entanto, o futuro da longevidade também passa pela forma como vivemos hoje. Regiões conhecidas como zonas azuis, – como partes do Japão, Itália e Costa Rica -, mostram que alimentação balanceada, convívio social e baixos níveis de estresse podem prolongar a vida de forma natural. A expectativa global é de 73,4 anos, mas em países como o Japão, ela ultrapassa 84 anos.
Enquanto os debates éticos se multiplicam e os testes seguem em curso, uma coisa é certa: a busca por prolongar a vida é tão antiga quanto a própria humanidade. E você, toparia viver até os 150 anos?
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