Comida crua: “emagreci 36 quilos e minha resistência aumentou”

Este artigo de Natália Boere para O Globo chamou a minha atenção porque nunca provei alimentos crus. E, pelo que diz a chef Inês Braconnot, eles são uma maravilha, não só em termos do sabor gostoso, mas do bem que fazem à saúde. Inês tornou-se crudívora – um palavrão que significa se alimentar somente de produtos naturais, sem cozimento – e perdeu 35 quilos com a nova alimentação, sem fazer dieta. Uma de suas primeiras medidas foi se livrar do microondas. O único senão nessa história é o nome do restaurante que Inês acaba de abrir no bairro de Botafogo, no Rio: Ró. Quem escolheu o nome buscou inspiração na palavra inglesa “raw”, que significa cru. Achei que podiam ter tido uma ideia melhor. De qualquer forma, vou lá conferir a comida.
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Verduras, legumes, frutas e flores que nunca passaram nem perto do fogão. Esses — e somente esses — são os ingredientes da alimentação da chef Inês Braconnot, crudívora há 15 anos. Alquimista que só ela, Inês fermenta, liquefaz e, no máximo, aquece os alimentos a 42 graus numa desidratadora. A partir dessa temperatura, diz que algumas das vitaminas se tornam voláteis e há perda de nutrientes. A cozinha de casa? Ela chama de laboratório.
— Me mudei para um apartamento que não tinha uma cozinha decente, então montei uma estante para organizar meus temperos. Tudo o que eu quero é aquele cantinho para criar. Me sinto num laboratório muito mais do que numa cozinha, até porque não cozinho nada — diverte-se Inês, que acaba de abrir, com os sócios Alexandre Schiavo e Alexandre Lalas, o restaurante Ró (de raw food, “comida crua” em inglês), no Jardim Botânico.

Nem vale insistir: a casa só oferece comida crua mesmo, mas divinamente preparada e servida. O projeto, ela conta, “foi coisa da turma lá de cima”. Inês dava palestras sobre o crudivorismo, promovia jantares com preço fixo em sua casa e se preparava para lançar seu livro, “Cozinha sem fogão”, quando um belo dia…
— Estava almoçando com minha filha (Silvia; ela ainda é mãe de Marcelo e Luiz Eduardo) num restaurante no Jardim Botânico, quando os dois “Alexandres”, que são amigos da Silvia, passaram por nós, nos cumprimentaram e disseram que estavam indo olhar uma casa mais adiante, onde pretendiam abrir um restaurante de comida contemporânea.
As duas resolveram, terminado o almoço, ir atrás deles.
— Estava namorando a casa onde hoje é o restaurante há um tempo. Quando o Lalas entrou, logo falou: “Esta casa é a cara da comida da Inês”. Nunca tinha ouvido falar de raw food. Perguntei o que era, Inês me mostrou cursos, fotos de alguns pratos no Instagram e disse que o sonho dela era estudar na escola de culinária do Matthew Kenney (chef americano, a maior autoridade no assunto). Me apaixonei pela beleza dos pratos sem nem provar e, em três semanas, mandamos a Inês para os Estados Unidos — conta Alexandre Schiavo, que, por muitos anos, foi presidente da gravadora Sony Music Brasil.
Inês passou três meses entre Los Angeles, na Califórnia, e Belfast, no Maine, onde se aperfeiçoou na arte de não cozinhar os alimentos, por assim dizer. Na volta, elaborou o cardápio do Ró. Clique
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