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Como explicar esse segundo trágico erro em Brumadinho?

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As mesmas cenas de desespero e de desolação de Mariana. Até quando?

Maya Santana, 50emais

Tentei, mas não consegui deixar de manifestar aqui no 50emais a profunda tristeza, revolta e incompreensão com o que a Vale, uma multinacional nascida em Minas Gerais, com negócios nos cinco continentes, deixou acontecer em Brumadinho, produzindo, pela segunda vez em pouco mais de três anos, tragédia cujo tamanho ninguém sabe ainda dimensionar. O que dizer diante de tantas mortes e de tamanha devastação? Como explicar que a maior mineradora de ferro do mundo cometeu o mesmo trágico erro duas vezes? Qual será a justificativa da empresa para sua colossal negligência? O legado da Vale para Minas e para o Brasil tem sido dor e luto.

Cachorro salvo do mar de lama em que se transformou a região

Em 1984, o poeta Carlos Drummond de Andrade, num rasgo de inconformismo com a destruição da Vale( então, Companhia Vale do Rio Doce) extraindo ferro na sua amada Itabira, escreveu este profético poema:

O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.
II
Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!
III
A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.
IV
Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?

Leia: Peso da mineração se impõe em Minas e trava regulação mesmo após Mariana

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