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Como reduzir a ansiedade, irritabilidade e instabilidade do idoso

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A organização de rotinas contribui para a diminuição da ansiedade, irritabilidade e instabilidade do idoso. Isso porque à medida que envelhecemos podemos desenvolver dificuldades de realizar atividades diárias, uma vez que essas  dependem da destreza  física e de raciocínio.

Criar uma rotina a ser seguida ajuda a pessoa ter clareza e maior domínio  do seu  dia, oferecendo aos mais velhos uma sensação de maior segurança e tranquilidade. Isso faz com que se consiga viver o próprio cotidiano com mais desenvoltura mental, organização do pensamento e destreza motora.

– Assim como são importantes para o idoso disciplina de sono, horário de alimentação, conhecer os espaços onde transita, e as pessoas com quem se relaciona, introduzir novidades dentro dessa rotina também é fundamental para a manutenção das funções intelectuais nesta fase da vida, explica Carolina Ruiz, fonoaudióloga e especialista em Saúde do Idoso, fundadora da Avance Centro-Dia  60+ no Rio de Janeiro.

Melhorar capacidade de atenção – Se por um lado, novas atividades e novas relações são necessárias, por outro, precisam ser bem pensadas e escolhidas. Estar em contato com pessoas que tragam os estímulos corretos, atividades que sejam desenvolvidas de acordo com os gostos, baseadas nas virtudes e nos interesses do idoso, assim como adequadas às suas limitações, gerarão novos     interesses, capazes de desencadear uma série de estímulos benéficos ao organismo, como melhorar a capacidade de atenção e novas conexões cerebrais, que estimularão o neurológico.

Participante de uma das oficinas realizadas na Avance

 “Quanto maior for a capacidade intelectual adquirida, mais demorado é o processo degenerativo, porque existirão mais células nervosas em funcionamento, que atuarão diante da morte de outras delas como acontece nas demências e no Alzheimer, por exemplo. Por isso, uma das maneiras de retardar esse processo de evolução da doença é a estimulação cognitiva, através de atividades bem definidas e diversificadas ao longo da vida e sobretudo na Terceira Idade”, explica a especialista, há 20 anos cuidando de idosos.

Melhor opção de longa permanência – Os centros-dias, comuns na Europa, vão se consolidando no Brasil como a melhor escolha quando se trata de  local de longa permanência para idosos.

A Avance Centro-Dia para Idosos, inaugurada em 2019 na Zona Sul do Rio de Janeiro, por exemplo, utiliza a Escala Modificada de Barthel, instrumento de avaliação que serve como indicador do nível de dependência do idoso. A partir desse resultado e de um questionário detalhado – que inclui perguntas como: “Existe algum assunto que não possa ser tratado aqui”, “Como gosta de ser chamado?” -, além de outras sobre hábitos de rotina, traça-se um perfil motor e cognitivo da pessoa mais velha e ajuda a entender sua personalidade.

Sentir-se parte de um grupo – A socialização como parte da rotina gera o contato com pessoas que possuem questões semelhantes, dúvidas, dificuldades e experiências. Assim, permitem que o idoso se sinta como parte de um grupo. O “fazer parte” de algo é uma das maneiras que fazem com que o ser humano se sinta vivo. E promove autoestima e segurança emocional.

São os três fatores fundamentais para ajudar a afastar transtornos depressivos que podem provocar a aceleração ou surgimento de doenças, como a demência senil e o Alzheimer, por exemplo. E até mesmo contribuir para o surgimento de problemas de metabolismo e aumento da pressão arterial, ambos tão nocivos à saúde.

A socialização do idoso é fundamental numa rotina saudável

Cuidar de idoso é exaustivo – Família e cuidadores também se beneficiam com essa rotina de socialização. A Sindrome de Burnout, que é caracterizada por um estado de exaustão extrema resultante tanto do estresse físico quanto  emocional vivenciado de forma constante por uma pessoa, pode aparecer em quem  cuida de  idoso.

“Ao se tratar do idoso em uma situação de fragilidade, qualquer falha nesse processo de cuidar pode ter reflexos graves e até fatais. Esquecer de dar um medicamento, alimentação em uma postura incorreta, não dar água no decorrer do dia, não oferecer atenção emocional, não manter o ambiente seguro, assim como deixar de oferecer estímulos intelectuais ao idoso, podem levar às serias consequências”, exemplifica Carolina, para quem, é preciso saber delegar e  aceitar ajuda nesse cuidado.

Centros-dias vieram para ajudar –  É fundamental respeitar o limite de quem cuida de um idoso.  Alguém esgotado física e emocionalmente não é capaz de dar a atenção necessária, tão importante na terceira idade.  Conversar com uma pessoa idosa exige atenção, paciência e entrega. Muitas vezes, e bem frequentemente, essa conversa se dá em meio a perda auditiva, a problemas de compreensão e letargia na organização do pensamento. No caso de um cuidador esgotado, conversar passa a ser naturalmente impossível”.

Pela linha de cuidados dos centros-dias, o lar deve representar nosso lugar de retorno, aquele para onde sempre temos o prazer de voltar, após experiências fora dele. Isso ajuda no processo de valorização e identificação do idoso.

E, valendo-se dos centros-dias, a família evita  contratar o cuidado e assistência dentro de sua própria casa. Isso acarreta perda da privacidade e ainda acúmulo de funções, já que o cuidado é terceirizado, mas a organização da equipe de profissionais envolvida e tudo relacionado a isso ficam sob a responsabilidade da família.

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