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Educação financeira: essencial para a mulher madura

as pensões de aposentadoria das mulheres são de 30% a 40% menores que as dos homens. Foto: Reprodução/Internet

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Um artigo de Mariza Tavares, do blog Longevidade: Modo de Usar, de O Globo, sobre um assunto da maior importância: a falta de conhecimento sobre finanças pessoais de gente mais velha.

As novas gerações não estão cometendo o erro que as gerações mais velhas, como a minha, cometeram. Têm até aulas sobre como lidar com suas finanças.

Se quisermos ter um futuro melhor, querendo ou não, precisamos todas, independentemente da idade, saber mais sobre orçamento, poupança, endividamento, investimentos e negociação.

Leia:

A coluna de hoje é sobre como a falta de informação sobre como cuidar do dinheiro compromete o futuro feminino, tema de seminário on-line a que assisti no fim do mês passado. O cenário é desafiador quando fazemos uma lista das adversidades que temos pela frente. As três principais:

Desigualdade salarial: as pensões de aposentadoria das mulheres são de 30% a 40% menores que as dos homens.

Interrupções na carreira, para cuidar dos filhos ou de alguém da família, chegam a ultrapassar dois anos e impedem ou dificultam a ascensão profissional.

Aos 65 anos, globalmente, as mulheres vivem 2,5 anos a mais que os homens, têm maiores gastos com saúde e menor probabilidade de terem um cônjuge.

Joanne Yoong, pesquisadora da University of South California, afirmou que, normalmente, as mulheres jovens são o foco dos programas de educação financeira, quando, na verdade, as mais velhas também deveriam ser prioridade.

Ela citou uma experiência realizada em três países asiáticos (Singapura, Malásia e Indonésia), em 2008, na qual mulheres de baixa renda, entre 40 e 59 anos, se reuniam em 12 sessões semanais com aulas sobre orçamento, poupança, endividamento, investimentos e negociação.

A partir daí, cada uma elaborava seu plano individual. Dez anos depois, as participantes se sentiam menos estressadas em relação ao futuro.

Cindy Cox-Roman, presidente da HelpAge, instituição internacional que ajuda idosos a reivindicar seus direitos, apresentou The Understanding America Study, um levantamento com 10 mil entrevistas:

“Além de pouca confiança na administração dos seus recursos, as mulheres têm vergonha de falar do assunto. Elas podem até controlar o orçamento, mas não são preparadas para investir com segurança. Menos de 30% se sentem tranquilas sobre o futuro, sendo que, entre as afrodescendentes, o percentual é mais baixo: 19%”.

Um teste de educação financeira – o S&P Global FinLit Survey, que é regularmente aplicado em mais de 140 países – mostra que apenas 35% dos homens e 30% das mulheres dominam noções básicas para lidar com seu dinheiro. São quatro perguntas, que reproduzo aqui (as respostas estão no fim do texto):

Supondo que você tem alguma reserva financeira, o que é mais seguro fazer? A) Aplicar em um investimento; B) Aplicar em diversos investimentos; C) Não sabe.

Imagine que, nos próximos dez anos, os preços dos artigos que você compra dobrem. Se sua renda também dobrar, você: A) Comprará menos do que hoje em dia; B) Comprará mais do que hoje; C) Comprará a mesma quantidade; D) Não sabe.

Se você fizer um empréstimo de 100 reais, qual o menor valor para pagar a dívida? A) R$ 105; B) R$ 100 mais 3%; C) Não sabe.

Se sua poupança estiver no banco por dois anos e a instituição remunerar essa quantia em 15% ao ano, o banco vai depositar mais dinheiro em sua conta no segundo ano do que no primeiro ou será o mesmo valor? A) Mais; B) O mesmo valor; C) Não sabe.

Esta é uma variante da pergunta 4: suponha que você tenha R$ 100 investidos e que o banco remunere tal valor em 10% ao ano. Se não fizer nenhuma retirada, quanto terá depois de cinco anos? A) Mais que R$ 150; B) R$ 150; C) Menos que R$ 150; D) Não sabe.

RESPOSTAS: 1B; 2C; 3B; 4A; 5A

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