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Ela deixou o trabalho aos 71 e se engajou em um projeto que busca melhorar o Brasil

Reneé Castelo Branco
Renée Castelo Branco diz que está levando uma vida mais útil

Um relato instigante da jornalista e documentarista Renée Castelo Branco, 71. Ela deixou a empresa em que trabalhava há décadas e, embora gostasse muito do que fazia, não ficou lamentando a demissão. Logo, abraçou um novo projeto, cujo objetivo é trabalhar por um Brasil mais justo, menos desigual. Renée diz que se sente “mais útil” desde que se Engajou no “Brasil Sem Pobreza”, lembrando que se interessou pelo movimento porque é independente, o que significa que não está ligado a qualquer partido ou religião.

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Aos 71 anos, fui demitida do trabalho que adorava. Idade, reformulação administrativa da empresa, crise financeira, pandemia, salário. Eu e muitas pessoas, quase todas com mais de 60 anos. Praticamente, só mulheres, não por discriminação de gênero, como muitas gostariam de gritar, mas porque no áudio visual, sobretudo no jornalismo nas tvs, há mais mulheres que homens.

Discriminação por idade? Sim, mas este não é o motivo pelo qual pedi à minha querida Maya, idealizadora deste 50emais, um espaço para escrever. É que pouco antes da demissão, recebi um apelo, que me pegou nos brios e me encheu de energia, para trabalhar num pacto que almeja um Brasil Sem Pobreza. Aceitei porque o núcleo idealizador tem muita experiência no trabalho com pobreza absoluta e porque o movimento é apartidário, sem vínculos com credos religiosos.

Pode parecer delírio, mas acreditamos que, se unirmos às forças democráticas do país, temos recursos e condições de em dez ou vinte anos vivermos num país mais justo, onde a dignidade humana não seja afrontada 24 horas por dia, das formas mais perversas.

Nunca é demais lembrar que pobreza absoluta não diz respeito só a renda. Claro que ela importa, mas como sair desta condição muitas vezes sub-humana onde nossos compatriotas moram em meio a esgotos a céu aberto, sem água corrente até para lavar as mãos, sem uma casa protetora, indo e voltando do trabalho em conduções que jamais deveriam ser oferecidas a seres humanos. E talvez ainda pior, sem que ensinem a saúde básica, ao alcance de todos. Nosso valente SUS sendo sucateado. Nossas florestas e rios destruídos sem respeitar nossas populações ribeirinhas, nem os indígenas embrenhados na mata desde antes do “descobrimento”.

Por tudo isto, o tempo que me sobra agora que trabalho menos, posso dedicar à construção de país melhor, um país realmente para todos. Assim, apelo a todas, mulheres e amigos das 50 e mais, que assinem o pacto Brasil Sem Pobreza, divulguem como puderem. Logo receberão um email com uma mensagem para continuar a nos seguir, nos ajudando, assim, a ampliar o nosso trabalho.

Veja o vídeo e conheça melhor o movimento Brasil Sem Pobreza:

Se você quiser saber mais, visite o site brasilsempobreza.org

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