Vanessa Barone
Curioso como a palavra “simplicidade” pode ter interpretações diferentes no mundo da moda. Para as coleções masculinas desta temporada de outono 2013, na Europa, simplicidade tem a ver com as belas coleções mostradas pela Prada e pela Salvatore Ferragamo: absolutamente chiques, sem inventar mesmo nada de novo. Já para a moda feminina, o termo “simplicidade” não se aplica às roupas – maravilhosas, como era esperado -, mas ao corpo.
A quase totalidade das estrelas de Hollywood que brilharam no red carpet da cerimônia do Globo de Ouro vestiu-se da mesma forma: de magreza. Em meio a Diors, Alexander McQueens, Marchesas e Chaneis, o que se destacou mais do que tudo foram os corpos esguios demais. A única que tinha uma boa desculpa para isso era Anne Hathaway, que perdeu 11 quilos para viver a prostituta Fantine, no filme “Les Misérables”.
A própria apresentadora do prêmio, Tina Fey, fez piada com o fato de ter ficado “semanas sem comer para caber no vestido”. Outras que devem ter passado por momentos de agonia foram Kate Hudson, Nicole Kidman, Jessica Alba, Emily Blunt e a veterana atriz Helen Mirren. Todas essas aparentaram estar com alguns quilos a menos até mesmo para o ideal de beleza que rege o showbiz. Se o Globo de Ouro é um ensaio para o Oscar, como dizem, o que se pode esperar para a “grande festa do cinema”? Esqueletos cobertos por seda e renda?
Felizmente, nas passarelas masculinas essa tal “simplicidade” foi mais bem traduzida em coleções de encher os olhos. Sem apelar para exageros ou para mudanças radicais de rota, os estilistas propõem a permanência da elegância, em sua forma mais palatável. Foi Miuccia Prada, em declaração ao jornalista Tim Blanks, do “Style.com”, quem melhor definiu o “ar do tempo”: “A simplicidade é algo muito difícil de conseguir. É duro tornar perfeito o que é normal e clássico”. Mas foi justamente o que ela fez na coleção que a própria considerou “a mais sofisticada que já criou”.
Os seus rapazes trouxeram um clima “cinquentinha” à passarela, com looks bastante comportados para os padrões da Prada. Miuccia caprichou nos tecidos. Tons vivos de azul e vermelho aparecem discretamente em meio a cáquis e cinzas. A coleção traz linhas retas e privilegia o conjunto de paletó e calça descoordenados, no lugar dos costumes. O casaco 7/8 destaca-se em combinações para o dia a dia, substituindo o blazer tradicional. Calças um pouco mais curtas e rapazes com cabelos compridos e com franjas reforçaram o clima retrô.
A Salvatore Ferragamo foi ainda mais reducionista nas cores. A coleção mostrada na passarela é praticamente inteira preta e azul-marinho – com as cores, inclusive combinadas entre si. O aspecto é de puro mistério e exala poder. Há looks para vários perfis de consumidor: do jovem motociclista, que usa a jaqueta quadrada e mais curta, ao executivo que joga o sobretudo nos ombros. As poucas ousadias estão em suas calças de couro, aqui, ou no poncho usado sobre um terno, acolá. Nada que já não tenha sido visto, mas que foi tratado com preciosismo pela casa italiana. Leia mais em http://www.valor.com.br/cultura/2969266/os-grandes-exageros-da-simplicidade#ixzz2IBjoiLl1
1 Comentários
Que pena que nos dias de hj ainda tem gente que passa fome por opção,,,,,deveriam viver na Biafra por opção tb, rsrsrsrsrsr