Para celebrar a integração do Museu Carmen Miranda ao Museu da Imagem e do Som, a partir da inauguração da nova sede, em 2014, na orla de Copacabana, no Rio, o escritor Ruy Castro prepara um livro de imagens da trajetória da cantora, com capas de discos, cartazes de filmes, fotos e jornais.
Biógrafo da artista, o escritor organiza “O Álbum de Recortes de Carmen Miranda” e vê com bons olhos a mudança de endereço. “O Museu Carmen Miranda terá mais espaço e, principalmente, mais dinheiro”, diz. “Queremos que os brasileiros redescubram Carmen e se informem do quanto o samba, o Carnaval, as indústrias radiofônica e fonográfica e o conceito de espetáculo lhe devem.”
O projeto “Carmen, a Imagem do Brasil”, iniciativa da Casa da Palavra, inclui a biografia “A Grande Pequena Notável”, voltada para o público infantil. “Carmen tinha um lado moleque, engraçado, brejeiro, e muitas músicas que gravou funcionam como trava-línguas para as crianças”, diz Heloisa Seixas, que escreveu a obra com a filha, Julia Romeu.
Batizada com o nome de Maria do Carmo Miranda da Cunha, Carmen Miranda nasceu em Portugal, em 1909. Tinha menos de um ano de idade quando os pais emigraram para o Brasil. Escolheram o Rio de Janeiro, então capital do Brasil, para morar. Carmem logo mostrou seu talento para a música, com carreira artística desenvolvida no Brasil e Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1950.
Carmen trabalhou no rádio, no teatro de revista, no cinema e na televisão . Chegou a receber o maior salário até então pago a uma mulher nos Estados Unidos. Seu estilo eclético faz com que seja considerada precursora do tropicalismo, movimento cultural brasileiro surgido no final da década de 1960.
Antes disso, no dia 5 de agosto de 1956, Carmen gravou uma participação especial no programa televisivo do comediante Jimmy Durante. Durante um número de dança, sofreu um ligeiro desmaio, desequilibrou-se e foi amparada por Durante. Recuperou-se e terminou o número. Na mesma noite, recebeu amigos em sua residência Beverly Hills, à Bedford Drive, 616. Por volta das duas da manhã, após beber e cantar algumas canções para os amigos presentes, Carmen subiu para seu quarto para dormir. Acendeu um cigarro, vestiu um robe, retirou a maquiagem e caminhou em direção à cama com um pequeno espelho à mão. Um colapso cardíaco fulminante pôs fim à vida da artista. Seu corpo foi encontrado pela mãe no dia seguinte, às 10h30 da manhã. Tinha 47 anos. Fontes: jornal Valor e Wikipedia.