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É impossível falar de feminismo, de luta pelos direitos das mulheres, sem mencionar Gloria Steinem, uma das figuras mais emblemáticas do movimento feminista americano.
Aos 90 anos, a histórica ativista define o envelhecimento como a etapa da vida em que nos tornamos quem nós realmente somos.
Concordo inteiramente, porque, na maturidade, nos sentimos livres como em nenhum outro período de nossas vidas.
A gente se torna mais verdadeiro com a gente mesmo e menos interessado na opinião dos outros a nosso respeito. A liberdade é um valor que cultivamos com gosto e prezamos mais do que tudo.
Leia a pequena entrevista que Gloria Steinem deu a Mariza Tavares, do blog Longevida: Modo de Usar, publicado por O Globo:
Há cerca de dez dias, tive a oportunidade de participar de uma conversa com as feministas Gloria Steinem e Amy Richards, promovida por Chip Conley, criador da Modern Elder Academy. Já escrevi sobre Conley, que atua num nicho que não para de crescer: o dos novos velhos, que buscam projetos e causas para se engajar.
Desta vez, foi muito feliz em viabilizar o bate-papo com uma das ativistas mais icônicas do século XX. Aos 90 anos, completados em março, ela continua inspirando novas gerações de mulheres, mas não se restringe à questão de gênero – atualmente, as mudanças climáticas estão no topo das suas prioridades.
Quem quiser conhecer sua trajetória pode assistir ao filme “As vidas de Gloria”, baseado em sua autobiografia (“Minha vida na estrada”), no qual é interpretada pelas atrizes Alicia Vikander, na juventude, e Julianne Moore, na maturidade. Seguem os principais tópicos abordados:
Envelhecimento
“Envelhecer é se dar conta de que não há mais tanto tempo pela frente, mas realmente não penso muito a respeito, porque estou sempre envolvida em projetos. Também é a fase na qual temos mais liberdade para sermos os indivíduos que sempre quisemos ser. Antes dos dez e depois dos 80 é quando temos mais chance de fazer o que queremos, sem seguir o roteiro imposto pela sociedade.”
Conselho para os jovens
“É importante ter consciência do valor do tempo e ser mais seletivo em relação a como e para quem estou doando esse tempo tão precioso. Na casa dos 20, eu pensava que estava vivendo uma fase de descobertas, mas que acabaria me casando, tendo filhos e levando uma vida convencional. Era como se tudo aquilo fosse algo temporário, mas era a minha vida! O que temos é o agora, que deve ser vivido intensamente.”
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Ativismo
“Você não sabe com certeza se está no lado certo, mas vê as outras pessoas se aproximando, galvanizadas por uma ideia. Tenho muitos interesses, mas há duas causas que me são especialmente caras hoje em dia: a convivência entre gerações e o aquecimento global. As mudanças climáticas mostram claramente que não há fronteiras, estamos todos na nave Terra”.
Aposentadoria
“Nem tenho um emprego para pedir aposentadoria, sempre trabalhei como freelancer (independente), escrevendo, dando palestras. E é o que continuo fazendo.”
O que fazer na sua nona década de vida:
“Escrever é parte da minha identidade, é meu legado. Gosto dos ensaios, que permitem trabalhar em tópicos e teorizar. Ainda tenho diversos projetos inacabados e vou me dedicar a eles. E também me prometi me exercitar mais.”
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