Há 112 anos, completados nesta sexta-feira, 31 de outubro, o poeta Carlos Drummond de Andrade nascia na cidade mineira de Itabira. Drummond, encarnação da própria Minas Gerais, escreveu este poema, “Para Sempre”, com o qual presto minha homenagem a ele, inspiração eterna para os amantes de poesia:
Leia “Para Sempre”:
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
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O poema declamado pelo próprio poeta:
2 Comentários
Obrigada Maya, pela poesia de Drummond.
bjo
sem comentários.