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Idosas, solitárias e milionárias, elas são presas fáceis para aventureiros

Regina Gonçalves, 88 anos, teria se casado com seu motorista particular, 53 anos. Foto: Reprodução/Internet

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Elas são ricas, envelhecem sozinhas e acabam virando presas fáceis de homens em busca de boa vida. Liliane Bettencourt, ex-dona da indústria de cosméticos francesa L’Oreal, uma das mulheres mais ricas do mundo, é um exemplo típico. E sua história lembra, guardadas as devidas proporções, o que está vivendo, no Rio de Janeiro, a milionária Regina Gonçalves.

No caso da francesa, ela tinhs 65 anos quando encontrou o fotógrafo de celebridades François-Marie Banier, 25 anos mais novo. Os dois se fecharam numa amizade (ele era declaradamente gay), que ao final, engordou as contas dele em um bilhão de euros, o equivalente a cinco bilhões e meio de reais. A filha de Lilliane processou François, mas não conseguiu reaver nada que ele levou de sua mãe.

Aqui no Rio, Regina Gonçalves, moradora do famoso Edifício Chopin, ao lado do Copacabana Palace, desapareceu. Como ela era muito querida, os vizinhos, depois de um tempo, botaram a boca no trombone. E a história ganhou os jornais.

De forma resumida, o caso passa por um motorista de 53 anos, que teria se casado com a milionária, hoje com 88 anos, em 2010. Ele foi acusado pela família dela de maltratá-la. Agora, os dois lados, família e marido, estão disputando na Justiça o direito de cuidar dela e, consequentemente, de sua enorme fortuna.

Leia o artigo de Vera Araújo para O Globo:

Um laudo assinado por perito judicial atestou que é “possível” a socialite Regina Gonçalves ser “suscetível à manipulação e à implementação de falsas memórias”. O documento foi anexado, no último dia 15, ao processo que tramita na Justiça e pode ser crucial para o juiz definir quem deverá ficar com ela: o marido José Marcos Chaves Ribeiro, de 53 anos, ou a família de Regina. A disputa judicial travada entre as duas partes fez até com que a socialite, famosa pelas animadas festas organizadas por ela em seu apartamento no luxuoso edifício Chopin, ao lado do Copacabana Palace, não fosse mais vista no local. Vizinhos chegaram a se mobilizar para saber o paradeiro de Regina.

Em 2016, de acordo com o processo, Benedicto Julio Lemos, irmão de Regina, propôs, uma ação para interditar a socialite, levantando dúvidas sobre sua sanidade e capacidade civil. O processo tramitou na 12ª Vara de Órfãos e Sucessões da Comarca da Capital, mas a Justiça julgou improcedente. Naquele ano, a família também entrou com um processo de maus-tratos sofridos por Regina, acusando Ribeiro. À época, de acordo com certidão de união estável registrada no 23º Ofício de Notas da Capital do Rio, no Centro do Rio, em 21 de dezembro de 2021, Ribeiro já morava com ela. O documento informa que o casal começou a se relacionar em 2010.

A idosa é carinhosamente chamada de dona Regina no Chopin, onde mora antes mesmo de ficar viúva de Nestor Gonçalves, em 4 de março de 1994. O casal não teve filhos, portanto, Regina herdou dois apartamentos no Chopin, mansões em São Conrado, uma fazenda em Angra dos Reis e outros bens. E é esse patrimônio que indiretamente está na disputa quando o assunto é quem vai ficar cuidando dela.

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No fim do ano passado, segundo o processo, Ribeiro alegou que percebeu que a esposa passou a demonstrar sinais de demência. Outro laudo, dessa vez, de um psiquiatra particular, atestou que ela “desenvolveu rapidamente debilidade compatível com quadro demencial avançado”, no caso Alzheimer. Com déficit cognitivo grave, o marido conseguiu que ela fosse interditada no início deste ano, obtendo uma curatela provisória por 120 dias.

Liliane com sua filha e herdeira Françoise Meyers. Foto: Reprodução/Internet

Disputa acirrada na Justiça

Foi justamente neste começo de ano que a batalha judicial entre as duas partes se acirrou. No dia 2 de janeiro, Ribeiro alegou que Regina teve um surto e foi à casa do irmão, em Copacabana, de onde não mais retornou. Outra ação foi movida pela família da socialite contra o marido, dessa vez, por violência psicológica e doméstica sofrida por ela, além da ameaça.

O empresário João Chamarelli, que disse estar autorizado pela família de Regina a dar entrevistas sobre o caso, afirmou que a socialite fora vítima de um golpe de Ribeiro. Segundo ele, Ribeiro era motorista da socialite e a mantinha em suposto cárcere privado, mas ela teria conseguido escapar, após um descuido dele. Chamarelli disse que o caso foi registrado na polícia e, como o inquérito corre em segredo de justiça, ele não poderia falar mais do que lhe fora autorizado. O mesmo foi dito pelo advogado de Ribeiro, Bruno Saccani, que se limitou a dizer que a família de Regina mente ao não reconhecer seu cliente como companheiro da socialite.

Regina ainda não apareceu publicamente. No entanto, os dois lados, o do marido e o da família, confirmam a informação de que a socialite continua na casa do irmão, em Copacabana. Chamarelli e a síndica do Chopin, Marina Felfeli, afirmam que, só agora, ela está bem de saúde.

— Conversei ontem (22/04) com a Regina. Ela está bem, super lúcida. Logicamente, ainda há o trauma psicológico pelo qual passou. Em breve, ela retornará para cá. Estamos organizando uma festa de boas-vindas para ela no Chopin. Há 67 anos que moro aqui, desde que nasci, e tenho um carinho muito grande por ela. Ela renasceu das cinzas! Está até pensando em arrumar o apartamento para o show da Madonna — disse Marina.

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Enquanto a família de Regina afirma que ela melhorou depois que saiu do convívio com Ribeiro, o outro lado tenta provar justamente o contrário. Daí a importância do novo laudo, desta vez feito por perito judicial, recém-anexado ao processo na 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, sobre a violência psicológica e doméstica sofrida por ela, além de ameaça. Quando o laudo informa a possibilidade de Regina ser “suscetível à manipulação e à implementação de falsas memórias”, isso pode auxiliar a defesa do marido da socialite, que comprovaria sua versão de que a família estaria controlando a idosa.

Também há a hipótese de Dona Regina aparecer bem-disposta e bem-cuidada diante do magistrado, o que demonstraria, aparentemente, que a família teria mais condições de cuidar da socialite. Caberá à Justiça decidir quem está com a verdade nessa intrincada trama da disputa pela milionária.

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