Se você topar fazer agora uma cirurgia plástica de rejuvenescimento no entorno dos olhos, saiba que, em média, seu novo rosto vai lhe deixar com a cara de três anos, um mês e uma semana atrás, como se voltasse para o dia 5 de julho de 2010. Mais que isso é sorte estatística.Pesquisadores americanos reuniram 49 pacientes que passaram o bisturi no rosto e mostraram fotos de antes e depois da operação para 50 voluntários que jamais viram essas pessoas. Cada jurado deveria estimar a idade dos pacientes e dar nota de 1 a 10 para o nível de “atratividade” dos que passaram pela plástica.
A pesquisa foi publicada na revista científica americana “JAMA Facial Plastic Surgery”. Os pacientes tinham entre 42 e 73 anos e fizeram cirurgias de correção nos olhos ou de sobrancelha, ou as duas. Não entrou na lista quem tinha passado por injeção de toxina botulínica ou plástica no nariz, e o jurado que visse a foto de antes não deveria ver como ficou de depois, para valer a regra do teste cego.
Se quer saber se os pacientes ficaram mais ou menos atraentes com a cirurgia, a diferença entre as notas do antes e depois foi tão pequena, que os autores do estudo, do Lenox Hill Hospital, de Nova York, a relataram como “insignificante”. Sessenta por cento dos jurados deram notas entre 4 e 6 para as fotos que observaram.
Tirar uma ruga é só tirar uma ruga
A honestidade no trato com o paciente e saber negar uma cirurgia quando ela é inviável para cumprir às expectativas de quem quer voltar à aparência da geração dos filhos são aspectos fundamentais, garantem cirurgiões plásticos ouvidos pelo GLOBO. Maurício de Maio, cirurgião e autor de livros sobre medicina estética, explica que a relação entre médico e paciente deve ser pautada por resultados objetivos. Se o desejo é remover as bolsas de gordura sobre as pálpebras, garante-se então a retirada do excesso. Mas se o indivíduo quer remodelar o entorno dos olhos porque acha que vai ficar dez anos mais jovem, aí está a chance de frustração. Leia mais em O Globo