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Moda: mulheres acima dos 60 anos reinterpretam o envelhecer

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Mulheres que vestem o que bem entendem, porque se sentem donas de si

Maya Santana, 50emais

O que é uma reinterpretação da velhice? Antes, uma pessoa com mais de 60 anos era considerada muito velha. E como tal tinha que se vestir com roupas austeras, de cores escuras, normalmente, sempre mostrando o mínimo possível do corpo. Isso mudou. No mundo de hoje, o envelhecimento está chegando como nunca antes – há velhos por toda parte e a tendência é sempre aumentar – e há uma nova ideia do que é ser velho. No caso da moda, as mulheres que passaram de uma certa idade não querem mais seguir regras pré-estabelecidas. Cada uma quer vestir o que lhe assenta bem. E muita gente, criativa, inventa a sua própria moda.

Leia o artigo que Mariza Tavares escreveu para o portal G1:

Ari Seth Cohen criou o site Advanced Style

O jornal “The New York Times” publicou recentemente reportagem sobre uma nova categoria de ídolos no Instagram: mulheres acima de 60 anos. Uma delas é Lyn Slater, 64 anos e professora universitária, que declarou: “não tenho 20 anos e não quero ter 20, mas sou realmente bacana, é o que penso quando posto uma foto”. Casadas, solteiras, divorciadas, viúvas, ainda na ativa ou não, a maioria com netos, elas exibem seu estilo de vestir e viver ganhando seguidores e abrindo caminho para uma reinterpretação da velhice.

Um dos responsáveis por desbravar esse território é Ari Seth Cohen, um californiano que ainda está na casa dos 30. Em 2008, quando foi morar em Nova York, se encontrava uma mulher mais velha na rua que chamasse sua atenção, pedia licença e a fotografava. Na sequência criou um blog, o Advanced Style, lançou dois livros e um documentário e acabou criando um nicho, fazendo campanhas publicitárias para grandes marcas com suas “modelos”.

Debra Rapoport: “com criatividade não há regras, nem medo” (Foto: YouTube)

“Sempre quis mostrar que se pode ter estilo, ser criativo e vital em qualquer idade”, diz em seu site. A inspiração veio de quem considerava sua melhor amiga: a avó, Bluma. “Aos 7 ou 8 anos, eu desenhava as roupas que ela e as amigas usavam, e aquelas figuras mais velhas me fascinavam”, costuma contar. Foi a avó que o fez se interessar por arte e moda, incentivando-o a ir para Nova York se quisesse ter uma carreira criativa.

A atriz inglesa Judy Dench: elegância e personalidade

Cohen afirma que seu objetivo é apresentar pessoas que vivem vidas plenas, que continuam crescendo sem serem vencidas pela passagem do tempo. Ele tem vários vídeos curtos no YouTube com depoimentos não só de mulheres, mas também de casais que estão juntos (e se dão bem) há décadas. Numa dessas gravações, uma idosa de 85 anos dá sua receita para se cercar de pensamentos positivos: “sente-se relaxada e imagine uma bolha branca ao seu redor. Ao estar ali, nada de negativo poderá entrar, somente coisas positivas estarão à sua volta”.

Debra Rapoport é uma de suas descobertas. Juntos, fizeram uma palestra na qual, emocionada, ela resumiu: “com criatividade não há regras. E não há medo”. Cohen se considera um militante da causa do envelhecimento: “essas mulheres são embaixadoras da idade e deixaram de se sentir invisíveis. Podem mostrar sua liberdade, criatividade, excentricidade. Muitas garotas me escrevem para dizer que elas são uma inspiração, que ao vê-las não temem mais envelhecer. Quem ignora ou negligencia os mais velhos não se dá conta do seu valor, do quanto ainda têm a oferecer”.

Veja algumas delas aqui:

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