A americana Beth Brooke, uma das cem mulheres mais poderosas do mundo, acredita que consumidoras, empreendedoras, funcionárias e executivas serão a nova força emergente do mundo, ao lado de China e Índia. Ela veio ao Brasil neste mês lançar um programa que busca explorar o potencial para negócios de atletas após a aposentadoria. Brooke, vice-presidente global de políticas públicas da Ernst & Young (consultoria americana que apoia oficialmente os Jogos Olímpicos do Rio 2016), está constantemente engajada em programas para o desenvolvimento das mulheres.
A executiva ocupa a 99ª posição na lista anual de poderosas da revista “Forbes”, que traz ainda empresárias, celebridades e figuras políticas, como a presidente brasileira Dilma Rousseff (3ª) e a ex-secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton (2ª). A americana de 53 anos acredita que as empresas devem voltar a atenção ao público feminino. A renda global das mulheres vai saltar de US$ 13 trilhões para US$ 18 trilhões nos próximos cinco anos, estima. Ela é responsável pela política pública da consultoria em 140 países, tendo que negociar frequentemente com autoridades, empresários e políticos.
Leia a seguir os principais pontos da entrevista concedida à Folha:
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Folha – Como se tornou uma das mulheres mais poderosas do mundo? Beth Brooke – Esse reconhecimento veio como resultado do meu trabalho e do que defendo na Ernst Young há anos. Uso a minha plataforma para mobilizar pessoas em 140 países, para fazer um impacto positivo no mundo. Mas não acredito que chegaria a esse posto sozinha. Como foi esse processo? É preciso cultivar uma rede de relacionamentos, ter pessoas te estimulando. Acredito que é
desta forma que alguém fica poderoso. Ao reconhecer que não se faz nada sozinho e que é preciso fazer com que todos os envolvidos em um projeto trabalhem na mesma direção.
Folha – Como foi a sua reação quando soube da indicação?
Beth Booke – Foi uma das sensações mais desconfortáveis que senti. Descobri por e-mail que a lista seria publicada no dia seguinte. Fiquei assustada porque a nossa cultura empresarial é de não
comemorar nada individualmente. Eu faço tudo como integrante de uma equipe, e, de repente, estaria na lista como um indivíduo. Liguei para o presidente da empresa para dizer que estava
muito preocupada. Ele me acalmou, ficou orgulhoso e disse que mereci. Depois percebi como foi interessante a minha reação sendo mulher: meu primeiro instinto foi me preocupar e não ficar orgulhosa.
Folha – As mulheres têm ganhado importância no mundo dos negócios?
Beth Brooke – Sim, e isso irá crescer ainda mais. Há estimativas de que as mulheres terão um poder econômico tão grande nos próximos dez anos que já estão sendo chamadas por estudiosos e especialistas de o “terceiro bilhão”. Significa que 1 bilhão de mulheres pelo mundo ingressarão na economia global, junto com outros 2 bilhões vindas da Índia e da China. Leia mais em folha.com.br