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Nível de endividamento dos brasileiros é altíssimo. Veja como administrar suas dívidas

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o uso descontrolado do cartão de crédito´é um dos principais fatores de endividamento. Foto: Internet

Exclusivo do 50emais

Os níveis recordes de endividamento das famílias brasileiras e as saídas possíveis para essa situação estiveram no centro das atenções do segundo encontro (veja o vídeo completo abaixo, no final do texto) promovido pelo 50emais em parceria com a equipe de especialistas do site Meu Consultor Financeiro. Mesmo os temas mais áridos e técnicos foram abordados em linguagem acessível à maioria do público na live conduzida pela editora Maya Santana.

De acordo com os dados mais recentes da Confederação Nacional do Comércio (CNC), nada menos do que 77,5% das famílias estão enredadas com dívidas no país. Por trás desse número impressionante existem histórias concretas de pessoas angustiadas e em busca de soluções. São casos que remetem ao descontrole do orçamento doméstico, à perda de renda e emprego e ao enorme desconhecimento sobre mecanismos de crédito.

A pandemia da Covid-19 certamente agravou os índices de endividamento, que já eram elevados, como lembrou o planejador e coach financeiro Bruno Pessamilio. A situação dramática gerada pelo coronavírus provocou aumento do desemprego e atraso de salários, levando muitos a deixarem de pagar contas básicas, como luz e água. A roda do endividamento começa a girar, muitas vezes, a partir de exemplos como esse.

Cartões de crédito

É difícil escapar, no entanto, de uma realidade que atravessa não apenas os momentos emergenciais vividos na pandemia: o uso descontrolado do cartão de crédito. À medida que o acesso aos cartões se ampliou, a partir do Plano Real, muitos brasileiros passaram a encarar os recursos oriundos desse mecanismo como uma fonte de renda e não um meio de pagamento, identificou Pessamilio.

É muito comum, como ele mencionou, que as pessoas somem o salário que recebem ao crédito disponível no cartão e passem a se comportar como se sua renda fosse muito mais elevada do que o padrão real. “O dinheiro que se pega no cartão terá que ser devolvido no futuro, é apenas uma antecipação”, ensinou.

Outro fenômeno problemático presente no Brasil é o empréstimo do cartão para familiares ou amigos, o que acaba por se tornar uma fonte de inadimplência quando os beneficiados pelo ato de generosidade não honram os compromissos financeiros. O resultado é mais endividamento para o titular do cartão.

Aumento das fraudes

Ao longo da conversa, outro especialista do Meu Consultor Financeiro, Afrânio Alves, que é planejador financeiro com certificação internacional, alertou para o crescimento das fraudes, que costumam fazer vítimas especialmente entre as pessoas mais velhas. O aumento da exposição em plataformas variadas trouxe como efeito indesejado a ação mais intensa de criminosos no ambiente digital.

A live sobre “Como administrar suas dívidas, empréstimos, financimentos e consórcios” foi realizada em 7 de abril

A primeira dica de Afrânio Alves é não realizar qualquer pagamento antecipado para ter acesso a ofertas de crédito. “Quando alguém liga dizendo que tem uma linha de crédito para você, nunca faça um pagamento antecipado para que ocorra a liberação daquele crédito”, explicou. Ele concordou com a questão levantada por Maya Santana de que as fraudes aumentaram durante a pandemia.

Saídas propostas

As soluções sugeridas pela equipe do Meu Consultor Financeiro para sair da armadilha do endividamento passam pela tentativa de equilibrar renda e despesas. Nelma de Mendonça, planejadora e educadora financeira, aconselhou as pessoas, em primeiro lugar, a diminuírem o consumo e procurar fazer as compras necessárias à vista.

Ao mesmo tempo, segundo ela, é preciso entender as dívidas acumuladas, dissecar os números, estabelecer prioridades para traçar um plano de pagamento, que deve incluir também a negociação com os credores. De outro lado, a sugestão é a de tentar gerar renda extra, seja através da venda de algum bem ou da prestação de serviços, a partir das habilidades de cada um.

O caminho para a renegociação de dívidas junto aos bancos pode ser árduo, até porque muitos se intimidam diante do porte das instituições financeiras. Mas a recomendação dos consultores é não desistir ao ouvir a primeira negativa. A insistência pode ser premiada com descontos significativos no valor da dívida.

Gestão das finanças pessoais

Boa parte das situações que geram níveis elevados de endividamento – muitas vezes asfixiantes – tem origem na dificuldade das pessoas de gerirem suas finanças pessoais. O descontrole do orçamento doméstico aparece em combinação com os hábitos de consumo exagerado e o desconhecimento dos mecanismos de crédito.

A orientação dos especialistas é que as pessoas procurem mapear suas contas, saber aquilo que entra de recursos e o que sai em forma de gastos. Sem essa organização, o ambiente fica mais propício ao endividamento indesejado. Adiar os desejos de consumo e cortar os impulsos de gastos ficou como uma lição central para os que acompanharam o encontro.

Ao longo da live, eles ainda responderam perguntas do público do 50emais e se colocaram à disposição para tratar de casos específicos. A íntegra da conversa é uma fonte de inspiração para quem procura saídas para o endividamento e quer aprender a levar uma vida financeira mais equilibrada e confortável.

Veja a íntegra da live do 50emais com especialistas do site Meu Consultor Financeiro:

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