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“Nunca mais diga: ‘Estou velho demais para aprender isso’. É esse o título original deste excelente artigo da cardiologista Stephanie Rizk , publicado por O Globo, sobre o preconceito de idade que faz com que muita gente acredite que, depois de uma certa idade, não consegue aprender mais nada. Isso é uma crença falsa que prejudica e muito.
“Se você acha que já passou da idade de aprender um novo idioma, tocar violão, pintar aquarela ou se aventurar em um aplicativo inédito, a ciência tem um recado direto: não só dá tempo, como faz bem,” escreve Dra. Stephanie, explicando: Aprender algo novo, mesmo em idades mais avançadas, é uma das ferramentas mais poderosas que temos para proteger o cérebro do declínio cognitivo e das demências.”
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Essa frase precisa se aposentar antes de você. A ideia de que o cérebro “endurece” com a idade e perde a capacidade de aprender está ultrapassada — e a neurociência já provou isso. Se você acha que já passou da idade de aprender um novo idioma, tocar violão, pintar aquarela ou se aventurar em um aplicativo inédito, a ciência tem um recado direto: não só dá tempo, como faz bem. Nunca foi tão possível — e tão necessário — começar de novo.
Aprender algo novo, mesmo em idades mais avançadas, é uma das ferramentas mais poderosas que temos para proteger o cérebro do declínio cognitivo e das demências. Essa proteção vem de um conceito chamado reserva cognitiva – uma espécie de “colchão neural” que permite que o cérebro enfrente melhor os efeitos do envelhecimento e até das doenças neurodegenerativas. E a boa notícia: essa reserva pode ser cultivada ao longo da vida, inclusive após os 60, 70 ou 80 anos.
Diversos estudos longitudinais de grande escala já comprovaram esse benefício. Um deles, com mais de 10 mil idosos australianos acompanhados por uma década, demonstrou que atividades como escrever cartas, fazer cursos, usar o computador, jogar xadrez, resolver palavras cruzadas e pintar estavam associadas a uma redução significativa do risco de demência – entre 9% e 11% menos, dependendo da atividade. Outro estudo, conduzido na China com mais de 15 mil idosos, mostrou que aqueles que mantinham atividades intelectuais regulares apresentavam 29% menos risco de desenvolver demência nos anos seguintes, mesmo controlando fatores como dieta, tabagismo, doenças crônicas e nível educacional.
E não para por aí. Estudos de imagem cerebral mostram que essas atividades ajudam a preservar e até aumentar volumes em áreas críticas do cérebro, como o hipocampo – fundamental para a memória. A prática regular de tarefas cognitivas também melhora o desempenho em funções executivas, atenção, raciocínio e memória de curto prazo.
Entre todas as intervenções, a dança tem ganhado destaque especial. Isso porque ela combina desafio cognitivo, atividade física, música e interação social. Dançar envolve memorização de sequências, coordenação motora, adaptação a ritmos e, muitas vezes, o improviso – tudo isso enquanto o corpo se movimenta. Estudos demonstram que idosos que praticam dança regularmente apresentam maior volume em regiões cerebrais relacionadas à cognição, maior conectividade entre áreas do cérebro e melhor desempenho em testes de memória, atenção e velocidade de processamento. Para ler o artigo completo em O Globo, clique aqui.
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