Ana Maria Cavalcanti
O Amante da Rainha, que acaba de estrear nos cinemas brasileiros , conta a história de um triângulo amoroso que causou o maior escândalo na corte do rei da Dinamarca, Christian VII, no século 18, envolvendo a mulher dele e o seu médico particular. Sexo apaixonado, os bastidores da política, loucura e traições, são os ingredientes deste filme, ganhador de dois prêmios no Festival de Berlim e candidato ao Oscar.
O rei era “louco”. Na verdade, quem dava as ordens era um Conselho muito conservador. O soberano só assinava os papéis e decretos. Em 1767, isso começa a mudar quando o dr. Johann Struensee é escolhido médico particular do rei. Torna-se também seu amigo e consultor político. A rainha Caroline Mathilda se encanta com o médico e tornam-se amantes apaixonados. É um filme de amor, mas também político, mostrando como vivia a sociedade dinamarquesa no século 18 : uma monarquia luxuosa convivendo com um povo esfomeado.
O rei, o médico e a rainha defendiam os mesmos ideais do Iluminismo, proibido na Dinamarca , que pregava ser o homem o centro da terra e não Deus; liberdade de expressão e religiosa; abolição da escravatura e da tortura.
Os nobres não gostaram das idéias do médico e nem do poder que ele exercia sobre o rei. As conspirações e traições contra o médico e a rainha têm um fim trágico. Mas as ideias que defendiam, não. Hoje, passados 245 anos deste episódio, fica claro que as idéias dos Iluministas nortearam os caminhos da Dinamarca. É o país com o maior nível de igualdade e riqueza no mundo e também considerado o país menos corrupto do mundo.
O filme tem a direção do respeitado dinamarquês Nicolaj Arcel e é uma ótima oportunidade para se conhecer um pouco da história deste pequeno e admirável país da Europa. Continua aqui http://migre.me/de7Q9