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Eu estou naquele grupo de pessoas que tem a sensação que o tempo está passando mais rápido, mais veloz do que antes. Mas estudiosos contestam essa visão, até por que, para muita gente, ao contrário, a impressão é que os minutos e as horas estão escoando mais devagar.
Esse artigo explica que a percepção do tempo é uma questão pessoal. “Em situações de ansiedade, tédio ou desconforto, há tendência de perceber o tempo como mais lento. Já em episódios de alegria, distração e envolvimento em atividades prazerosas, a sensação pode ser de que as horas simplesmente desapareceram” – diz o texto.
Vários fatores contribuem para a sensação de que o tempo demora ou passa depressa, entre eles, rotina, novidade e mudanças, estado emocional.
Leia o artigo do Correio Braziliense, reproduzido parcialmente aqui:
No cotidiano, é comum que pessoas relatem percepções diferentes em relação ao tempo. Enquanto alguns sentem que as horas se arrastam em certos dias, outros têm a impressão de que o tempo passou “num piscar de olhos”. Essa sensação divergente não é fruto de mera imaginação, mas resultado de processos psicológicos e fisiológicos que influenciam a forma como cada indivíduo vivencia a passagem do tempo. Portanto, compreender esses mecanismos pode ajudar a valorizar o presente e criar experiências mais significativas.
Do ponto de vista científico, os minutos e as horas são iguais para todos, regidos por instrumentos precisos como relógios e cronômetros. Entretanto, a forma como o cérebro humano interpreta a sucessão dos eventos pode variar bastante de pessoa para pessoa e de situação para situação. Essa diferença de percepção costuma se acentuar conforme experiências, emoções e o nível de atenção envolvidos em cada momento do dia a dia. Portanto, embora o tempo seja universal, a sua vivência é profundamente pessoal.
O tempo realmente passa igual para todos?
Medido objetivamente, o tempo é uma constante. Os ponteiros do relógio não se alteram de acordo com o sentimento de quem observa. Porém, a experiência subjetiva de cada pessoa pode transformar completamente a noção desse tempo. Em situações de ansiedade, tédio ou desconforto, há tendência de perceber o tempo como mais lento. Já em episódios de alegria, distração e envolvimento em atividades prazerosas, a sensação pode ser de que as horas simplesmente desapareceram.
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Especialistas em neurociência afirmam que a percepção do tempo está diretamente ligada ao funcionamento do cérebro. O sistema nervoso central processa informações de modo diferente dependendo do estado emocional, grau de atenção e memórias recentes. Por exemplo, em momentos inéditos, cheios de novidades, o cérebro faz mais registros, tornando as recordações daquele período mais ricas. Em contraste, em dias repetitivos, com pouca variedade de estímulos, há menos elementos para lembrar, dando a impressão de que se passou rapidamente. Em suma, o tempo cronológico permanece o mesmo, mas o tempo psicológico se molda às experiências de cada um.
Quais fatores influenciam a percepção da passagem do tempo?
Vários elementos contribuem para a sensação de que o tempo demora ou passa depressa. A seguir, alguns dos principais fatores:
- Rotina e repetição: Dias marcados por atividades semelhantes reduzem a quantidade de novas experiências registradas, tornando o período menos memorável e aparentemente mais curto.
- Novidade e mudança: Vivências diferentes, viagens ou eventos marcantes criam uma sensação de tempo mais prolongado, pois o cérebro precisa processar novos estímulos e informações.
- Estado emocional: Emoções intensas, sejam positivas ou negativas, tendem a distorcer a noção do tempo. O tédio faz com que cada minuto pese, enquanto alegria e entusiasmo fazem as horas voarem.
- Idade: Crianças sentem os dias mais longos, pois acumulam constantemente aprendizados e experiências inéditas. Com o passar dos anos, a rotina se solidifica, tornando a percepção do tempo mais acelerada.
- Foco e atenção: Atividades que exigem concentração plena fazem o tempo parecer mais curto, enquanto tarefas monótonas trazem a impressão de lentidão.
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Além desses elementos, também é importante mencionar os efeitos de fatores externos, como a tecnologia e o estresse moderno. Portanto, a multiplicidade de estímulos no cotidiano pode provocar uma sobrecarga no cérebro, que, por sua vez, modifica a forma como cada momento é registrado na memória.
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