Pedestre caminha na ciclovia, na orla de Ipanema, mesmo tendo a calçada ao lado
Ingo Ostrovsky
Sou um ciclista carioca. Há muitos anos pedalo pela cidade usufruindo o exuberante cenário e mantendo a saúde em dia. Faço uma média de 80 a 100 quilômetros por semana, na Lagoa, na orla, no Aterro. Nos finaisde semana muitas vezes me aventuro pelas ladeiras, Vista Chinesa, Paineiras…
A cada teste ergométrico anual, meu cardiologista sentencia um sonoro “continue pedalando”. Pois, doutor, estes dias estou em casa, com duas fraturas nos dedos da mão – a direita -, engessado quase até o cotovelo,só com o indicador “solto”, o que me permite batucar estas mal traçadas linhas. Caí de mau jeito, doutor, ao tentar desviar de um casal de pedestres que insistia em caminhar num trecho de ciclovia que é exclusivo para ciclistas.
Não entendeu? Explico melhor.
Eu ia pela ciclovia do Túnel Novo, a que liga Botafogo a Copacabana, sentido praia. Ia muito alegre, aproveitando mais um dia ensolarado de inverno. Mas lá estavam eles, o casal de pedestres, bem no meio da ciclovia exclusiva, bem no meio do túnel.
Não sei se o doutor sabe, mas a pista dentro do túnel é estreita, confortável apenas para uma bicicleta de cada vez. Ali não se fazem ultrapassagens. O casal de pedestres passou por várias placas indicativas de que caminhar por ali é proibido, mas, sabe como é, doutor, “tô nem aí” para o que as placas indicam.
Pois deu-se o seguinte, doutor: na tentativa de desviar dos pedestres, bati na parede, perdi a direção e fui arremessado. Parei “enroscado” na bicicleta, escorado pela mão direita – a que fraturei. A cabeça estava protegida pelo capacete, de maneira que nem senti a batida na grade de proteção. Leia mais em www.aarffsa.com.br
1 Comentários
Sou uma andarilha mineira e confesso que me sinto às vezes incomodada com os intrépidos ciclistas cariocas. Talvez por inveja. Mas você, Ingo, me reconcilou com a categoria. Abraços solidários, Elza.