Ana Maria Cavalcanti
Acabo de assistir a um filme que gostaria de recomendar: Os Caçadores de Obras Primas, estrelado e dirigido por George Clooney. Aborda um episódio verídico e pouco conhecido da II Guerra Mundial: o roubo, pelos nazistas, de quadros e objetos de arte pertencentes a museus e a particulares.
Antes de falar do filme, vamos relembrar que Hitler e seus principais assessores, como Goebbels e Himmler, gostavam muito de arte. O sonho de Hitler era erguer na cidade em que nasceu – Linz, na Áustria – o maior e mais importante museu do mundo.
À medida que a Alemanha ia ganhando a guerra, os nazistas passavam a mão em tudo que existia nos museus das cidades ocupadas e nas casas dos judeus. Mandavam guardar em lugares secretos, geralmente minas de sal desativadas. Uma operação muito bem articulada, como era do feitio dos nazistas.
No filme, George Clooney apresenta a unidade do exército americano criada especialmente para reaver as obras roubadas pelos nazistas. Desta unidade fazia parte historiadores, curadores, especialistas em arte.
Os momentos mais emocionantes do filme são aqueles em que os americanos encontram minas e castelos desabitados, repletos obras primas assinadas pelos grandes mestres da história da arte: Rembrandt, Monet, Boticceli, Cezane. Inúmeras esculturas como a Madona de Bruges, de Michelangelo, linda. Mais de cinco milhões de obras de arte roubadas pelos nazistas retornaram a seu país de origem, depois da guerra, mas milhares delas continuam desaparecidas até hoje.
O filme não é uma maravilha, mas seguramente vale pelo tema que aborda. E nos incentiva a pensar: no meio de todas aquelas atrocidades, daquele genocídio de judeus, não era supérfluo salvar obras de arte? A pergunta é feita no final do filme e a conclusão é: não se trata do roubo apenas de quadros e esculturas, mas de centenas de anos de cultura de um país.