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Vita Christoffel, a modelo que abraçou a carreira depois dos 50

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Vita, 58: “O melhor é poder ter chegado até aqui com a liberdade de fazer o que quero”

Mais uma história bonita de alguém que se engajou numa nova carreira depois dos 50 anos. Casos como o de Vita Christoffel, 58, que se tornou modelo e se reinventou nessa altura da vida, serão cada vez mais comuns, porque as pessoas estão envelhecendo. No Brasil, dados oficiais mostram que um quarto da população (mais de 50 milhões de pessoas) já passou dos 50 anos.

Mesmo com esse envelhecimento, o mercado de trabalho ainda resiste em absorver essa mão de obra. Só de relativamente pouco tempo para cá, por exemplo, os grandes estilistas começaram a usar modelos mais velhas em seus desfiles. Mesmo assim são poucos.

Já há, no entanto, agências que trabalham só com modelos maduras, como a bonita Vita Christoffel. Essa já chegou ao mercado fazendo sucesso, como você vai ver nesta reportagem de Sílvia Ruiz, do blog Ageless, publicado pelo Uol.

Leia:

“Se você estivesse no seu leito de morte, o que gostaria de ter realizado que não realizou ainda?”. Essa pergunta provocadora feita pelo terapeuta da cearense Vita Christoffel foi o pontapé para uma nova carreira há dois anos. A resposta dela: “Modelo. Eu gostaria de ter sido modelo.”

Pouco depois, lá estava ela encerrando o desfile do estilista Ronaldo Fraga na São Paulo Fashion Week de 2019. Detalhe: Vita debutou nas passarelas aos 56 anos. Ela é um exemplo do chamado “segundo ato” profissional, quando pessoas estreiam uma nova carreira após os 50 anos, que tem se tornado cada vez mais comum. Mas no caso dela é mais emblemático ainda, já que a carreira de modelo é associada a meninas muito jovens.

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Ela tentou ser modelo quando era mais jovem. Uma gravidez interrompeu o sonho. Foto: Facebook

Hoje modelo da prestigiada Agência Ford, Vita teve o sonho de trabalhar com moda quando era jovem. Com 1,80m de altura, ela procurou um curso para ingressar na carreira ainda adolescente. Mas a gravidez inesperada do primeiro filho, hoje com 35 anos, interrompeu o plano precocemente.

Depois disso veio mais uma filha e uma carreira como produtora executiva internacional da área cultural. “Há alguns anos, a filha estudante de design começou a se aventurar na fotografia e pediu para me fotografar. Resolvi publicar as fotos num perfil no Instagram e isso me despertou o desejo novamente de trabalhar com a minha imagem, principalmente associada à ideia de longevidade”, diz Vita. (se quiser conhecer nossos perfis no Instagram também: @vita50mais e @silviaruizmanga). A nova carreira fez Vita se mudar para São Paulo para ficar mais perto dos trabalhos do mundo da moda.

“Eu montei um propósito para mim de longevidade, de não ter medo da velhice. Estou chegando aos 58 melhor do que eu estava aos 50, porque me amo, me aceito. Quero descontruir essa coisa de ficar velha”, diz Vita.

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Menopausa difícil

Vita conta que aos 50 anos a menopausa chegou causando estragos. “Tive endometriose nessa fase, passei o dia do meu aniversário de 50 anos fazendo uma cirurgia por conta disso. Eu fiquei muito mal”, conta ela.

A partir daí ela fez uma reposição hormonal e decidiu que cuidar do envelhecimento com saúde seria sua prioridade. “Sou budista e foi aí que raspei os cabelos e deixei crescer totalmente grisalhos. Foi uma transformação. Hoje vejo as fotos e estou muito melhor do que naquele tempo. Eu parecia mais velha.”

Beleza natural

A modelo se define como “natureba”. Foto: reprodução do Instagram

Vita é adepta da beleza sem esforço e sem tentar parecer mais jovem, mas, sim, abraçando as marcas da idade. Assim como assumiu os cabelos brancos aos 50, não faz botox ou outras intervenções estéticas na pele. “Uso apenas óleo de licuri para hidratar e pele, um fruto típico do sertão do nordeste que é cheio de nutrientes. Também cuido muito bem da minha alimentação, isso há muitos anos.”

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Ela conta que ganhou peso aos 50 anos durante e menopausa, mas que depois de uma reeducação alimentar conseguiu emagrecer e não engordar mais. “Não como açúcar, farinhas brancas nem álcool, sou bem natureba.”

Muito exercício físico

A disposição e bem-estar de Vita ela atribuiu em grande parte à atividade física que faz parte da sua rotina desde sempre. “Hoje faço uma hora e meia pelo menos três vezes por semana de uma combinação de exercícios de ioga, ballet e Kung Fu, atividades que fiz por muitos anos então faço minha própria rotina usando movimentos de todos eles.”

Budismo, respiração e liberdade

Cuidar da mente e do espírito também fazem parte dos cuidados que Vita tem com ela mesma. Budista, ela conta que cuida da mente com muitos exercícios de respiração. “Quando estou sozinha em casa eu gosto de apagar a luz, acender velas, ligar uma música e dançar com a minha sombra. É assim que eu trabalho minha conexão comigo, com a beleza.”

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Ela diz que o mais importante é se manter “jovem por dentro”. “Eu tive a oportunidade de estar com Oscar Niemeyer em seu aniversário de 100 anos. Perguntei o segredo dele. A resposta foi: não podemos jamais perder nossos sonhos. Isso me marcou e virou meu lema de vida.”

Atualmente solteira, ela diz que o que mais preza hoje é sua liberdade. “Até mesmo para uma vida sexual, a coisa mais importante é a qualidade. Não vou trocar minha energia com qualquer um. O melhor é poder ter chegado até aqui com a liberdade de fazer o que quero.”

Viva a Vita!

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