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Você gostaria de escrever um livro? Veja aqui como começar

Maya Santana, 50emais

Para ajudar você que tem vontade de escrever um livro, mas não sabe por onde começar, o 50emais acaba de fechar uma parceria com a Texto & Contexto, iniciativa de Eveline de Abreu, especializada em ensinar os passos de como se chega até um livro. É muito bom alcançar a maturidade, ter histórias de vida acumuladas e tempo para contá-las.Quem não tem uma boa história para contar? Lembranças, fatos, passagens podem muito bem se tornar uma bela biografia sua, de seu pai, da sua mãe, de um grande amigo ou de qualquer outra pessoa.

Eveline gosta de dizer que escreve muito antes de viver de escrever. Aposentada como muitos de nós, hoje se dedica a dar apoio à escrita de qualquer tipo e modelo: de cartas de amor a cartas de desagravo, de relatórios profissionais a trabalhos acadêmicos. Ela tem observado a quantidade de pessoas de sua faixa etária com vontade de escrever a própria história. As biografias a fascinam porque, ao lado do encanto dos relatos pessoais, nelas está, invariavelmente, o testemunho de uma época com valor de documento para um ramo da história, a chamada Nova História.

Leia a entrevista:

50emais –Explica melhor o que exatamente você faz.

Eveline – Eu sou uma incubadora de escritores de qualquer tipo de texto. Meu ofício, sem ossos (risos), é, basicamente, o apoio ao desenvolvimento de textos e capacitar as pessoas para produzirem seu próprio texto.

50emais –Como funciona para quem tem vontade de fazer a própria biografia?

Eveline – Depende. Se partir do zero, trataremos a quatro mãos da estruturação cronológica, da definição de título e capítulos, da seleção de ilustrações e da escrita do texto. Caso o interessado já tenha todos ou alguns destes itens, é só pôr a mão na massa.

Os encontros são de uma hora semanal. Atendo a qualquer pessoa em qualquer lugar, pois os encontros são por Skype. E nada de pavor: mais simples que uma ligação telefônica, com a chance de ficarmos face a face, o biografado e eu, de economizar tempo, combustível, estacionamento, com a vantagem adicional de até se ficar de pijama (risos).

50emais –Você acha que qualquer vida pode render uma biografia?

Eveline – Sim, acho e creio. Impossível, depois de tanta estrada rodada, não haver nada a contar. Depois, mesmo que não houvesse, as narrativas, se feitas de modo interessante, podem superar os fatos que lhe deram origem. No entanto, tem sempre um detalhe cheio de originalidade, embora tenhamos em comum o que é do humano: alegria, sofrimento, passagens engraçadas, amores e desamores.

50emais – Qual o valor da biografia?

Eveline –Muitos. Comecemos pelo biografado. Colocar no papel as próprias lembranças pode ser uma atividade apaixonante. Feito o registro, ele certamente servirá de lembrança para filhos e netos. Depois, a escrita dá sentido e ordem à existência. Entre os muitos que não me deixam mentir, destacaria James Joyce, Clarice Lispector, Franz Kafka, Frida Kahlo, nosso grandioso Graciliano Ramos.

50emais – Às vezes, o relato de uma pessoa comum pode acabar se tornando um documento, não é?

Eveline – As biografias, querendo ou não, constituem um retrato de época. Nelas, estão a paisagem social, com valores e os modos de sentir, pensar e agir. Não à toa, a Nova História, que engloba a história da vida privada, toma impulso porque o modelo tradicional-oficial, com suas datas e episódios heroicos, não relata os costumes e as experiências socioculturais. Por isto, a experiência das pessoas comuns se torna tão importante e ganha o valor de documento. Não é genial?

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