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“A vida não começa no berço e termina no túmulo”

 A atriz Nicette Bruno, 81 anos, ficou viúva em março
A atriz Nicette Bruno, 81 anos, ficou viúva em março

A superação da dor através da arte. É isso que a atriz Nicette Bruno, 81, viúva do ator Paulo Goulart, morto em março deste ano, está fazendo ao encenar o monólogo “Perdas e Ganhos”, baseado no livro de mesmo título da escritora gaúcha Lia Luft. Nicette volta ao teatro dirigida pela filha, Beth Goulart. “Foi muito, muito difícil no começo. Mas minha filha, soube me segurar, me conduzir. Não é mais um sentimento desesperador”, diz ela .

Leia a entrevista da atriz a Bruno Astuto, da revista Época:

Nicette Bruno volta aos palcos depois de perder seu grande amor, Paulo Goulart, em março, após 60 anos de um sólido casamento. Ela estreiou em Porto Alegre o monólogo Perdas e Ganhos. “Estamos com o texto há quatro anos e, quando mostramos ao Paulo, ele adorou. Tenho certeza de que ele vai estar satisfeito”, diz a atriz, de 80 anos, adepta da doutrina kardecista há 50. “Eu e ele tivemos um encontro muito bonito nessa encarnação”. NIcette deve voltar à TV em Lady Mariteze, a próxima novela de Alcides Nogueira, com estreia prevista para abril.

Como é viver sem o Paulo Goulart?
Foi muito, muito difícil no começo. Mas minha filha, Beth Goulart, soube me segurar, me conduzir. Não é mais um sentimento desesperador. Ao contrário: quando lembro dele, começo a rir. A energia dele sempre foi muito boa e isso ficou impregnado em cada um de nós. Estou fazendo exatamente o que ele gostaria: vivendo bem, saudavelmente bem.

Com a filha Beth Goulart, que a dirige em Perdas e Ganhos

Pensou em se aposentar?
Nunca pensei, quero continuar sempre trabalhando. A saudade é imensa, mas não poderia desejar que ele continuasse sofrendo e não era justo prendê-lo aqui. Nunca me senti só, mas sinto muito a falta dele. Meus filhos estão sempre comigo, sou rodeada por amor e atenção e isso faz com que eu supere esse qualquer sentimento de solidão.

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Como está a expectativa da volta aos palcos?
Dá um friozinho na barriga e o dia que ele não vier mais, a gente aposenta. Não é meu caso. Cada espetáculo é um momento diferente, nem o público é igual. Estou sendo muito ajudada num instante tão difícil. Até mesmo o texto desta peça me ajudou muito, porque pude refletir a respeito da vida. Consegui dominar a tristeza, porque é importante ter esse distanciamento. Fazer esse monólogo me fez bem e espero que faça bem a todos.

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