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Gênio do cinema faz opção por morte assistida

Alain Delon(E) fez o anúncio em março. Aqui,  com Jean Luc Godard numa das edições do Festival de Cannes. Foto: Reprodução/Internet

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“Ele não estava doente, apenas esgotado.Ele havia tomado a decisão de terminar. Foi uma decisão dele”. É como foi explicada a vontade de um dos maiores gênios do cinema, o francês Jean Luc Godard, de por fim à própria vida, poucos meses antes de completar 92 anos (dezembro), numa clínica da Suiça, nesta terça-feira(13). Godard foi um dos diretores mais aclamados e polêmicos de sua geração.

Encerrar a própria vida através de morte assistida – com ajuda de uma outra pessoa, que pode ser um médico – também é o plano de Alain Delon, 86. Ele anunciou há algumas semanas que, a hora que achar que chegou o momento, vai pedir ao filho para levá-lo a uma clínica suíça, onde pretende se despedir desse mundo. Foi enorme repercussão da notícia. A Suíça é dos pouquíssimos países do mundo onde a prática é legal.

Leia mais sobre a morte de Jean Luc Godard neste artigo de O Globo:

O cineasta franco-suíço Jean-Luc Godard, morto nesta terça-feira, 13, aos 91 anos, teve acesso ao suicídio assistido, um recurso legal na Suíça. “Ele não estava doente, apenas esgotado”, disse a família ao jornal Libération. “Foi decisão dele e é importante que se saiba”. Outras pessoas próximas confirmaram a informação ao jornal francês.

Godard é um ícone do cinema moderno. Foi um dos líderes da Nouvelle Vague francesa, movimento que revolucionou o cinema. Nascido na Suíça em 1930, ele mudou as regras convencionais do cinema já em seu primeiro filme, “Acossado” (1959).

Sempre ativo até os últimos anos de vida, o cineasta já havia explicado em uma entrevista que poderia recorrer ao suicídio assistido. “Não estou ansioso de perseguir a qualquer preço. Se estiver doente demais, não tenho vontade alguma de ficar sendo arrastado em um carrinho de mão”, disse ele em uma entrevista em 2014.

Veja trailer de Acossado, com Jean Paul Belmondo e Jean Seberg:

O suicídio assistido é permitido na Suíça desde 1942, desde que os motivos não sejam egoístas. Esse tipo de procedimento é diferente da eutanásia, que não é autorizada no país. A principal diferença entre as técnicas é quem realiza o ato final. No Brasil, o ato é considerado crime.

Recentemente, o ator Alain Delon, contemporâneo de Godard (e que trabalhou com o cineasta no filme “Nouvelle Vague”, de 1990) afirmou que também pretendia fazer recurso ao suicídio assistido.

Alain sofreu um duplo AVC em 2019 e vem se recuperando aos poucos desde então. Embora seu estado de saúde seja considerado bom, recentemente, ele pediu para seu filho, Anthony, 57 anos, organizar todo o processo e acompanhá-lo em seus últimos momentos.

Veja Jean Luc Godard e Alain Delon:

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