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Não deixo a vida me levar!

Nossas escolhas precisam ser baseadas na nossa própria experiência e não na experiência do vizinho. Foto: Acervo familiar

Marlene Damico Lamarco

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Não deixo a vida me levar!

Estamos viajando nessa linda nave azul e muitas vezes não nos apercebemos do quanto os acontecimentos externos guiam a nossa vida.

Frases ouvidas na infância, experiências negativas do passado, opiniões da mídia, dos amigos, dos grupos a que pertencemos.

Enfim, é necessária uma boa dose de silêncio para que se possa reconhecer o que realmente é um sentimento interior, portanto verdadeiro, e o que se repete por estar vivendo no piloto automático.

A música diz, “deixa a vida me levar, vida leva eu!!!” E a vida leva… a sociedade leva, a rotina conduz, a inconsciência nos coloca na onda do momento, os amigos convidam e pra chegar junto, muitas vezes,  acabamos fazendo um programa completamente diferente daquele que escolheríamos.

Ou seja, se a gente deixar, a vida vai levar. Mas para onde?

Se o acaso decidir, penso que não iremos a lugar algum. Nossas escolhas precisam ser baseadas na nossa própria experiência e não na experiência do vizinho.

O propósito é aguçar o olhar no momento presente, enfrentar os medos e se libertar. Só depois fazer as escolhas que mais se coadunam com a aspiração da nossa  alma.

É desafiante esse caminho, mas é também apaixonante! É fazer uso do poder de escolher a rota  desejada, a velocidade do barco, a direção e o tempo a ser despendido em cada corajoso destino.

É a viagem da vida, com todos os ganhos, responsabilidades e maravilhas que isso abarca.

Novos caminhos, muitas vezes, exigem desvios em função daquilo que não podemos mudar, portanto, requerem boa dose de respeito e tolerância.

Olhando e enxergando, ouvindo e escutando

O que não é possível hoje poderá ser amanhã. Basta um olhar atento, revestido da humildade necessária para reconhecer que, há ocasiões, em que a vida esta certa e tudo acontece no momento oportuno. Hora de retroceder, perdoar e começar de novo.

O passado já se foi, não precisa ser repetido e dele só precisamos levar o que desejamos que permaneça.

Nada de sonhar com um futuro que ainda não existe.

O que conta, de fato, é se abrir para o agora, para a  miríade de possibilidades que tornam essa nossa caminhada infinitamente rica e prazerosa.

A consciência desses momentos é que trazem a paixão para nosso dia a dia, para as situações mais banais, pois estamos olhando e enxergando, ouvindo e escutando, vivendo e sentindo esse viver.

Daí a importância do silêncio, do ficar na própria companhia e do sentir o gosto dos próprios desejos.

Nossa criança emerge nessas ocasiões e ela vem nos contar como era mesmo acordar e pular da cama com paixão só porque o dia raiou.

A alegria do brinquedo novo, do amigo que a gente não queria que fosse embora, do terrível momento de dormir que chegava rápido demais.

Nossa criança é graduada em prazer, ela conhece o mapa do tesouro que abre as comportas da alegria.

Ela conhece e nos ensina a ver de novo a liberdade que temos de criar a própria vida, a aventura de olhar com gratidão por tantas benesses, a felicidade que é sonhar acordado e sentir o amor e a alegria fluindo do coração e se espalhando.

Não podemos perder isso. Nada nem ninguém pode nos levar!

Nós escolhemos a todo instante o milagre de viver!

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