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O segredo para manter a memória funcionando: cultive os amigos

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Além de ajudar a memória, ter amigos também evita depressão e doenças cardíacas

Maya Santana, 50emais

Se eu pudesse resumir em poucas palavras este texto, publicado pelo Uol, eu diria que é uma advertência para que as pessoas que passaram dos 60 anos não se isolem. Alguém já chamou esse período da vida de idade da solidão. A tendência da gente é ficar mais quieta, procurar menos os amigos. Mas todo o esforço deve ser feito para manter uma vida social mais ativa. O contato com outras pessoas ajuda muito a memória a funcionar. É inevitável. A partir de uma certa idade, a memória começa a ter pequenas falhas. Se nada for feito, estas falhas vão se tornando mais e mais frequentes. Já escrevi aqui no 50emais, para mim, o maior problema do envelhecimento é a perda gradual da memória. Mas, se depender de ter amigos, terei memória de elefante. Cultivar os amigos é o que mais faço.

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Os efeitos da solidão e do isolamento não são novidade. Além de elevar o nível dos hormônios do estresse e inflamações, a exclusão pode aumentar o risco de doenças cardíacas, artrite, diabetes tipo 2, demência e depressão. Não é à toa que cada vez mais pesquisas tentam mostrar as vantagens de manter relações com as pessoas.

Uma delas, publicada em dezembro de 2017 por pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, revelou que relacionamentos positivos mantêm a memória funcionando ao longo dos anos.

Para o estudo, os pesquisadores pediram a 31 “superidosos” –homens e mulheres com mais de 80 anos, cujas memórias são tão boas ou até melhores do que pessoas 20 ou 30 anos mais novas. e 19 adultos idosos cognitivamente “normais” para preencherem um questionário sobre seu bem-estar psicológico.

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Como resultado, os “superidosos” se destacaram em uma área: o grau em que relataram ter relações satisfatórias e confiantes.

“Os relacionamentos sociais são realmente importantes para este grupo e podem desempenhar um papel significativo na preservação de sua cognição”, disse Emily Rogalski, uma das autoras.

Ser sociável mantém a mente ativa

Evitar o isolamento é um dos fatores considerados cruciais para viver bem a terceira idade. Para se ter ideia, um estudo da Universidade de Harvard que acompanha as mesmas pessoas há 80 anos, apontou no ano passado que os que os relacionamentos são a chave para uma vida não só longa, mas saudável e feliz.

As sugestões para adultos solitários ou socialmente isolados costumam incluir fazer um curso, adotar um cachorro, fazer trabalho voluntário e participar de um centro de convivência da terceira idade.

William “Bill” Gurolnick, 86, um dos “superidosos” que participaram do estudo, percebeu o valor de se tornar mais ativo socialmente depois de se aposentar, em 1999. “Os homens geralmente não estão inclinados a falar sobre seus sentimentos, e eu era assim”, explicou ao Business Insider. “Mas se abrir para outras pessoas é uma das coisas que eu aprendi a fazer.”

Junto com outros homens que deixaram o mundo do trabalho para trás, Gurolnick ajudou a fundar um grupo que agora tem quase 150 membros. Todos os meses, eles se reúnem por duas horas para discutir questões pessoais como divórcio, doença e crianças.

“Nós aprendemos que as pessoas não estão sozinhas nos problemas com os quais estão lidando”, disse Gurolnick.

Além de se encontrar com o grupo, ele ainda realiza outras atividades para cultivar relacionamentos, como pedalar com os amigos e marcar almoços e cafés. “Você realmente tem uma sensação de estar vivo”, disse Gurolnick, quando questionado sobre o que ele tira dessas interações. “Você tem a sensação de não estar sozinho.”

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