Ícone do site 50emais

Pandemia: tudo tem que estar pronto, caso haja uma emergência

Vivemos tempos de incerteza, que nos mostram incessantemente como a vida é frágil. Por isso é importante deixar tudo pronto para uma emergência – que, embora a maioria de nós prefira não pensar no assunto, inclui a nossa morte. Foto: Getty Images

Um artigo mais do que oportuno, nestes tempos de pandemia, de Mariza Tavares, do blog Longevidade: Modo de Usar, de O Globo, sobre um assunto que diz respeito a mim e a você. Embora esteja caminhando para os 70 anos, eu ainda fiz, você já fez o seu testamento? E o testamento vital, aquele no qual relacionamos os cuidados e tratamentos que queremos ou não receber no momento em que estivermos incapacitados de expressar nossa vontade?

A gente se recusa a acreditar que pode acontecer algo inesperado com a gente e acaba adiando, dia-após-dia , a adoção de certas medidas: fazer uma lista das senhas, dos investimentos, caso tenha, das providências que devem ser tomadas e das pessoas a serem contatadas. Como diz a autora do artigo, “mesmo que você não tenha qualquer bem e ir a um cartório esteja fora de cogitação, deixar as coisas organizadas é demonstração de carinho pelos que nos rodeiam.”

Leia:

Quem é obrigado a sair para trabalhar convive diariamente com o medo de ser infectado pelo novo coronavírus. No entanto, o risco existe até para quem observa as regras do isolamento social.

Ainda que você saia o mínimo possível, e tomando todas as precauções, pode se ver às voltas com uma situação de exceção: um acidente doméstico que exija uma ida ao hospital, um dente que quebre. Ou alguém próximo que precise de ajuda, interrompendo sua quarentena.

Apesar da prudência, não existe blindagem perfeita e vivemos tempos de incerteza, que nos mostram incessantemente como a vida é frágil. Por isso é importante deixar tudo pronto para uma emergência – que, embora a maioria de nós prefira não pensar no assunto, inclui a nossa morte.

No Brasil, estima-se que menos de 10% dos que deixam herança fazem testamento. Mesmo nos Estados Unidos, de acordo com pesquisa realizada pela Kaiser Family Foundation, 60% não se valem desse expediente. A razão em parte é cultural, por causa da falta de hábito de se planejar a longo prazo, mas também há uma dose de superstição, como se a iniciativa trouxesse má sorte.

Leia também: Testamento vital, o direito de decidir até o fim

Há quem considere que tem um patrimônio modesto demais para um testamento, mas é bom lembrar que, através dele, é possível evitar eventuais desentendimentos entre os herdeiros. Além disso, é uma forma de beneficiar uma pessoa que não teria direito a receber coisa alguma se não estivesse contemplada legalmente.

Há ainda o documento que determina as diretivas antecipadas de vontade, que também é conhecido como testamento vital e relaciona o conjunto de desejos sobre cuidados e tratamentos que o paciente quer ou não receber no momento em que estiver incapacitado de expressar sua vontade. Caberá ao seu procurador de saúde, normalmente um parente próximo ou amigo, fazer valer essas vontades.

Leia também: Se você se preparar para a morte vai ter uma velhice mais tranquila

Mesmo que você não tenha qualquer bem e ir a um cartório esteja fora de cogitação, deixar as coisas organizadas é demonstração de carinho pelos que nos rodeiam, ao passo que optar pelo escapismo e ignorar a situação pode tornar o luto dos entes queridos mais difícil.

Portanto, aproveite o tempo da quarentena para checar se todos os documentos relevantes estão organizados e identificados. Faça uma lista atualizada com suas senhas, investimentos, providências que devem ser tomadas e pessoas a serem contatadas, mas compartilhe com pelo menos duas pessoas bem próximas como ter acesso a essas informações. E, claro, cuide-se!

Leia também: Morrer com dignidade é morrer da forma que se escolheu morrer

Sair da versão mobile