Ícone do site 50emais

Poema “Sou feita de Retalhos” não é de autoria de Cora Coralina

 width=
Cora Coralina, chamada por Carlos Drummond de Andrade de “Diamante goiano cintilando na solidão”

Maya Santana, 50emais

Desde que “Sou Feita de Retalhos” foi postado na página de Cris Pizziment, no Facebook, em 2013, o bonito poema caiu na rede e circula na internet como se fosse de autoria da grande poeta de Goiás Cora Coralina. Eu mesma caí nessa armadilha e publiquei o poema no 50emais como se fosse da lavra do “Diamante goiano”, como Carlos Drummond de Andrade se referiu a Cora Coralina.

Só me dei conta do erro quando uma visitante do blog me perguntou em qual dos livros da poeta encontra-se o poema. Depois de pesquisar muito sem encontrar a resposta, decidi ligar para o Museu Casa de Cora Coralina, na cidade de Goiás – ela morou com a família no local. Uma funcionária pediu que eu enviasse um e-mail com um trecho do Poema.

A autora Cris Pizziment

A resposta do Museu veio logo: Não, “Sou Feita de Retalhos” não é de Cora Coralina. No e-mail, assinado por “Marlene”, o agradecimento: “Muito bom vocês checarem a fonte, para certificar a veracidade dos poemas. Tem saído muita coisa que não é dela na internet.”

Descobri, então, que a verdadeira autora é a paulista Cris Pizziment. A você que veio ao 50emais e leu “Sou Feita de Retalhos” atribuído a Cora Coralina, as minhas mais sinceras desculpas pelo equívoco.

Para quem ainda não leu o poema em questão, aqui está:

“Sou feita de retalhos. Pedacinhos coloridos de cada vida que passa pela minha e que vou costurando na alma. Nem sempre bonitos, nem sempre felizes, mas me acrescentam e me fazem ser quem eu sou.

Em cada encontro, em cada contato, vou ficando maior… Em cada retalho, uma vida, uma lição, um carinho, uma saudade… Que me tornam mais pessoa, mais humana, mais completa.

E penso que é assim mesmo que a vida se faz: de pedaços de outras gentes que vão se tornando parte da gente também. E a melhor parte é que nunca estaremos prontos, finalizados… Haverá sempre um retalho novo para adicionar à alma.

Portanto, obrigada a cada um de vocês, que fazem parte da minha vida e que me permitem engrandecer minha história com os retalhos deixados em mim. Que eu também possa deixar pedacinhos de mim pelos caminhos e que eles possam ser parte das suas histórias.

E que assim, de retalho em retalho, possamos nos tornar, um dia, um imenso bordado de ‘nós’”.

Sair da versão mobile