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Como se recupera uma pessoa que recebe transplante de rim, como Faustão

Especialista explica que Faustão permanecerá internado por ao menos sete dias e que pós-operatório costuma ser mais célere do que o do transplante de coração. Foto: Reprodução/Internet

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Muita gente se surpreendeu quando soube que Fausto Silva, o Faustão, havia sido internado para se submeter a um novo transplante, seis meses depois  de receber um coração, só que desta vez seria de rim.

A cirurgia foi feita no início dessa semana em São Paulo e, a julgar pelo divulgado pela imprensa, resultou num grande sucesso.

O processo de recuperação do apresentador, segundo especialistas, deve ser mais rápido do que no caso do transplante de coração.

Neste artigo de Bernardo Yooneshigue, para O Globo, você vai ficar sabendo como é o período de convalescença de uma pessoa que se submete a um transplante de rim.

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Seis meses após receber um novo coração, o apresentador Fausto Silva, o Faustãofoi submetido a um novo transplante, dessa vez renal. O procedimento foi realizado na segunda-feira de manhã e ocorreu sem intercorrências, informou o boletim médico do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, local em que foi feita a cirurgia e onde Faustão permanece internado.

Segundo relatam os médicos responsáveis pelo transplante, o apresentador seguiu para o acompanhamento da adaptação do órgão e controle clínico. Ao colunista do GLOBO Lauro Jardim, Faustão disse ter deixado a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na terça-feira, um dia após a cirurgia, e ido para o quarto. Ele conta que a expectativa é que daqui a uma semana receba alta.

— Embora o transplante renal seja um procedimento complexo e uma cirurgia de grande porte, tipicamente um paciente permanece de 7 a 15 dias internado, se não ocorrer nenhuma intercorrência, e a recuperação pós-operatória é mais célere do que a de um transplante cardíaco, por exemplo — explica Pedro Túlio Rocha, coordenador do Programa de Transplante Renal dos Hospital Adventista Silvestre, no Rio, e presidente Sociedade de Nefrologia do Estado do Rio de Janeiro (Sonerj).

— A questão de o apresentador Fausto Silva já ter feito um transplante prévio faz com que os cuidados sejam mais delicados. Mas vai depender de como está a função do coração transplantado para saber se isso vai interferir na recuperação — continua.

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Nesse primeiro momento pós-cirurgia, o paciente começa a receber os medicamentos para evitar dores e infecções e os imunossupressores necessários para atenuar o sistema imunológico e prevenir uma rejeição ao novo órgão.

Segundo informações da Sociedade Brasileira de Nefrologia, “os pacientes transplantados devem usar essas medicações durante todo o tempo que forem transplantados. O abandono da medicação pode ter sérias consequências como a perda do rim transplantado e outras complicações”.

Depois da cirurgia, após um período de 8 a 12 horas de jejum, de acordo com o manual pós-transplante renal da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o paciente já pode se alimentar com dietas leves, mas apenas se houver condições clínicas.

O documento explica ainda que, durante a cirurgia, é inserida uma sonda para facilitar a eliminação da urina. Na maioria das vezes, ela é removida entre o 5º e o 7º dia, a depender da evolução do paciente.

— Outro aspecto importante é que, em até 50% das vezes, o rim transplantado de um doador falecido não começa a funcionar imediatamente após a cirurgia, podendo demorar por vezes de 1 a 2 semanas. Nesse período, o paciente pode ser submetido a uma ou mais sessões de hemodiálise até o novo órgão funcionar plenamente — acrescenta o presidente da Sonerj.

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A diálise é um procedimento artificial que remove os resíduos e a água em excesso no sangue quando os rins não conseguem mais realizar essa função de forma adequada.

Após a alta, o transplantado faz exames clínicos e laboratoriais semanalmente durante os primeiros 30 dias. Depois disso, duas vezes por mês.

“Os três primeiros meses são os mais difíceis e perigosos, porque é quando ocorre o maior número de rejeições e de complicações infecciosas”, destaca o manual da ABTO.

A partir do terceiro mês, os exames passam a ser mensais por um período de seis meses. Depois, o tempo entre eles vai se tornando maior a depender da evolução clínica do paciente e da avaliação do médico que o acompanha.

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