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Doença só aparece quando há uma fratura

Uma em cada três mulheres vai sofrer da doença, depois dos 50 anos. Foto: Reprodução/Internet

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A osteoporose é uma daquelas doenças silenciosas, que só se manifestam quando o corpo dá sinais de que há algo muito errado. No caso, quando há uma fratura.

Para se ter uma ideia da gravidade da osteoporose, segundo este artigo do ginecologista e obstetra Gustavo Safe, uma em cada três mulheres com mais de 50 anos apresentam a doença.

A doença, que exige exames preventivos para detectá-la antes de qualquer fratura, também afeta os homens, só que numa proporção bem menor:  um homem para cada quatro mulheres.

Leia o artigo:

A osteoporose é uma doença silenciosa que raramente apresenta sintomas antes que aconteça sua consequência mais grave, isto é, uma fratura óssea.

A fratura mais perigosa é a do colo do fêmur. Um quarto dos pacientes que sofrem esta fratura morrem dentro de seis meses e os que sobrevivem apresentam uma redução importante da qualidade de vida e independência.

O ideal é que sejam feitos exames preventivos, para que a osteoporose seja diagnosticada a tempo de se evitar as fraturas.

Mas, mesmo após uma fratura osteoporótica, o paciente não é encaminhado para tratamento, o que leva a um aumento do risco de uma nova fratura em mulheres de até 27%.

A osteoporose contempla várias especialidades, como a endocrinologia, reumatologia, ortopedia, ginecologia, geriatria, entre outras, por ser uma doença metabólica sistêmica que afeta os ossos, provocando a diminuição progressiva da densidade óssea com o desenvolvimento de ossos ocos, finos e de extrema sensibilidade, tornando-os mais sujeitos a fraturas.

Um homem a cada quatro mulheres

Os nossos ossos recebem forte influência do estrogênio, um hormônio feminino, mas que também está presente nos homens em menor quantidade.

Esse hormônio ajuda a manter o equilíbrio entre a perda e o ganho de massa óssea ao retardar a reabsorção do osso, além de ser responsável pela fixação do cálcio e o fortalecimento do esqueleto.

A baixa de estrogênio irá contribuir para a perda de massa óssea mais acelerada, principalmente nos primeiros anos da pós-menopausa.

Dez milhões de brasileiros sofrem de osteoporose, sendo que uma a cada três mulheres com mais de 50 anos apresentam a doença.

Em homens, os baixos níveis de testosterona (hipogonadismo) também podem favorecer a osteoporose, uma vez que este hormônio entra na formação do tecido ósseo no organismo masculino.

De acordo com estatísticas, a osteoporose afeta um homem para cada quatro mulheres.

O osso, além de promover sustentação ao nosso organismo, é a fonte de cálcio necessária para a execução de diversas funções musculares como os batimentos cardíacos, funcionamento intestinal e outros.

Perda de massa óssea

O osso é uma estrutura viva que está sendo sempre renovada. Essa remodelação acontece diariamente em todo o esqueleto, transformando osso velho em osso novo.

Quando o metabolismo do osso está em equilíbrio, ele retira e repõe o cálcio dos ossos sem comprometer essa estrutura. Por isso, é importante que a ingestão de cálcio seja adequada.

A ingestão insuficiente ou a má absorção do nutriente pode ser uma das causas da osteoporose. Existem hoje aplicativos que nos ajudam a avaliar a nossa ingestão diária de nutrientes.

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No caso do envelhecimento, é preciso entender que os ossos crescem somente até os 20 anos e sua densidade aumenta até os 35 anos, começando a perder-se massa óssea progressivamente a partir disso.

Isso quer dizer que, até os 35 anos, há um equilíbrio entre processos de reabsorção e criação dos ossos. A partir dessa idade, a perda óssea aumenta gradativamente, como parte do processo natural de envelhecimento.

Prevenção da oesteoporose

Caso o indivíduo não tenha criado um “estoque” de densidade óssea suficiente para suprir esse aumento gradativo da reabsorção, os ossos vão ficando mais frágeis e quebradiços, podendo levar à osteoporose em idades cada vez mais precoces.

A prevenção da osteoporose deve se iniciar na infância, através de uma alimentação saudável, com boa quantidade de alimentos ricos em cálcio.

Além disso, deve-se proporcionar para a criança e o adolescente a possibilidade de brincadeiras e atividades ao ar livre. Isto vai estimular o exercício físico, que fortalece o esqueleto em crescimento, além de favorecer a exposição ao sol para que ocorra a produção de vitamina D (fundamental para nossa saúde, em especial para o fortalecimento ósseo) na pele.

Importante salientar que a atividade física em qualquer fase da vida (exercício de impacto nos mais jovens) tem um papel na prevenção de osteoporose e fraturas.

Tipos da doença

A osteoporose é a resultante de uma menor formação de osso pelos osteoblastos e maior reabsorção óssea pelos osteoblastos, podendo ser primária ou secundária. Osteoporose primária é a forma mais comum de osteoporose e pode ser subdividida em dois tipos principais:

Tipo 1 ou osteoporose pós-menopausa: atinge o osso trabecular (parte porosa), e causa fraturas nas vértebras e rádio distal – geralmente ocorre na mulher após a menopausa.

Tipo 2 ou osteoporose senil: seu desenvolvimento é facilitado pelo envelhecimento e falta de cálcio. Causa a perda proporcional de ossos cortical (parte dura e compacta) e trabecular.

Osteoporose secundária costuma ser causada por inflamações com alterações endócrinas, artrite reumatóide e hipertireoidismo, além do consumo em excesso de álcool e ausência de atividade física, como resultado do consumo inadequado de vitaminas e uso de corticóides.

Alguns fatores, como vimos, aumentam as chances do desenvolvimento da osteoporose, como o consumo insuficiente de cálcio e vitamina D, o histórico familiar da doença, o excesso de peso, a pouca exposição ao sol e problemas hormonais.

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Os sintomas de osteoporose que podem surgir com o avanço da doença são a dor ou sensibilidade óssea, a diminuição de estatura com o passar do tempo, a dor na região lombar devido a fraturas dos ossos da coluna vertebral, a dor no pescoço devido a fraturas dos ossos da coluna cervical e postura encurvada.

Exame de densitometria óssea

Essas fraturas podem acontecer sem nenhum trauma importante e acometem principalmente o quadril e a coluna, podendo incapacitar o indivíduo e gerar um enorme impacto na qualidade de vida.

Na verdade não sabemos se a pessoa quebra porque cai ou cai porque quebra, ou ambos juntos.

Por não apresentar sintomas em seu estado precoce, não é possível fazer um diagnóstico precoce da osteoporose de maneira clínica.

Dessa forma, só é possível identificar a doença por meio da densitometria óssea e radiografias.

O exame de densitometria óssea está indicado para todas as mulheres a partir de 65 anos e para todos homens com 70 anos ou mais.

Além disso, todas mulheres menopausadas e todos homens com mais de 50 anos, que possuam um dos fatores de risco descritos abaixo, devem realizar o exame para confirmar a presença da osteoporose ou osteopenia.

Possuem maior risco para desenvolver osteoporose as mulheres, indivíduos de raça branca, pessoas miúdas (magrinhas e pequenas), orientais, mulheres com menopausa precoce sem reposição hormonal, os tabagistas e etilistas severos e pessoas com história de fraturas na família e doenças graves que utilizam corticoides por longo tempo.

Tratamento contra perda óssea

O tratamento da osteoporose envolve uso de medicamentos que diminuem ou interrompem a perda de massa óssea. Além disso, são empregadas medidas para diminuir o risco de fraturas, como fortalecimento muscular, treinamento de equilíbrio e adaptações para reduzir a ocorrência de quedas.

Apesar da cura difícil, quase impossível, pode-se fazer da primeira fratura a última ou então evitar o agravamento, embora dificilmente irá eliminar totalmente a doença.

Os objetivos do tratamento da osteoporose são controlar a dor, retardar ou interromper a perda óssea e prevenir fraturas. Portanto, a escolha do tratamento irá depender da causa da osteoporose e de outras doenças associadas.

Existem várias medicações indicadas para o tratamento da osteoporose, que são individualizadas para cada caso, a depender da gravidade ou das causas secundárias.

Alguns medicamentos comuns usados para esse fim são o raloxifeno, os bisfosfonatos, o ranelato de estrôncio, a teriparatida, o desonumab e a calcitonina.

O tratamento deve sempre realizado com supervisão médica.

Prevenção da doença

A terapia de reposição hormonal é eficaz na prevenção da osteoporose e de fraturas vertebrais e não-vertebrais. No entanto, ainda não há evidência suficiente para recomendar o tratamento na redução do risco de fraturas no tratamento da osteoporose já estabelecida.
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A ingestão adequada de cálcio e sua suplementação são indicados para o tratamento e prevenção da osteoporose.

A vitamina D é um nutriente importante na manutenção da saúde óssea, uma vez que suas principais funções são a regulação da absorção intestinal de cálcio e a estimulação da reabsorção óssea.

Não se recomenda o tratamento com vitamina D isolada ou em conjunto com cálcio, porém o uso complementar desses nutrientes é fundamental para uma formação óssea adequada.

Cirurgias como vertebroplastia são procedimentos minimamentes invasivos para tratar fraturas na coluna vertebral, melhorando a dor e a capacidade funcional dos pacientes em cerca de 90 a 95%. Ele é feito injetando cimento acrílico (polimetilmetacrilato, ou PMMA) no interior da vértebra.

Citoplastia

A cifoplastia é um procedimento ambulatorial usado para tratar fraturas por compressão dolorosa na coluna vertebral. Ele utiliza uma espécie de balão, que é injetado na coluna e inflado, posicionando as vértebras corretamente antes da colocada do cimento ósseo.

Procure um especialista, que poderá conduzir seu tratamento de maneira adequada e tranquila.

*Gustavo Safe é diretor do grupo formado pelo Centro Avançado em Endometriose e preservação da fertilidade, Ovular fertilidade e menopausa e Instituto Safe. Estudioso dos assuntos relacionados à saúde da mulher com enfoque na ginecologia integral e funcional, câncer, dor pélvica, infertilidade.

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