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Papa Francisco: “As rugas são um símbolo da experiência, um símbolo de maturidade”

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Papa Francisco, 85, critica os que alimentam o mito da juventude eterna. Foto: Reprodução/Internet

 

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Mais do que uma crítica aos que abusam das cirurgias e de outros procedimentos estéticos para manterem a aparência  jovem, a fala do Papa Francisco me parece uma defesa  das pessoas mais velhas.

O pontífice, ele próprio um octogenário, tem se manifestado muito em favor dos idosos, de um tratamento mais humano e mais respeitoso das pessoas que já deixaram a juventude para trás.

Suas críticas são dirigidas àqueles que temem o envelhecimento como se fosse uma doença. Por isso, lançam mão de tudo para parecer rejuvenescidas.

“Os velhos são mensageiros do futuro, da tenacidade, da sabedoria de uma vida vivida”, disse o papa.

Leia o artigo publicado pela revista Isto É:

O papa Francisco focou sua fala na audiência geral desta quarta-feira (8) sobre a “obsessão” do “mito da eterna juventude” e a confusão que muitos fazem entre o que é bem-estar e o que é a “alimentação do mito”.

Além disso, criticou quem despreza a velhice como parte natural da vida.

“A nossa época e a nossa cultura, que mostram uma preocupante tendência a considerar o nascimento de um filho como uma simples questão de produção e de reprodução biológica do ser humano, cultiva ainda o mito da eterna juventude como uma obsessão – desesperada – de uma carne incorruptível. Porque a velhice é, de muitas maneiras, desprezada”, afirmou aos presentes.

“A técnica se deixa atrair para esse mito de todas as formas: na expectativa de derrotar a morte, podemos manter o corpo vivo com remédios e cosméticos, que atrasam, escondem, removem a velhice.

Naturalmente, uma coisa é o bem-estar, outra coisa é a alimentação do mito. Não se pode negar, porém, que a confusão entre os dois aspectos está criando uma confusão mental: confundir o bem-estar com a alimentação do mito da eterna juventude”, pontuou ainda.

Segundo o líder católico, hoje “se usa tantos truques, tantas intervenções cirúrgicas para parecer mais jovens”. Ele ainda lembrou de uma fala da atriz italiana Anna Magnani que, sempre que era questionada sobre “retirar suas rugas”, respondia que “elas demoraram muitos anos para estarem aí”.

“É isso, as rugas são um símbolo da experiência, um símbolo da vida, um símbolo de maturidade, um símbolo de ter feito um caminho. Não tocá-las para se tornar jovem, mas jovens apenas de rosto: o que interessa é toda a personalidade, o que interessa é o coração, e o coração permanece com a juventude de um vinho bom, que quanto mais envelhece, melhor fica”, acrescentou.

A fala voltou a bater em um ponto muito repetido por Francisco em seus discursos, que é a “cultura do descarte”, que visa abandonar as minorias e os mais frágeis da sociedade, dizendo que os “mais velhos são inúteis”.

Ressaltando que os idosos criam uma “estrada” para todos, o Pontífice pontuou ainda que “os velhos são mensageiros do futuro, da tenacidade, da sabedoria de uma vida vivida”.

“Sigamos adiante e olhemos para os mais velhos”, finalizou.

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