Ícone do site 50emais

São muitos os riscos quando um idoso sofre queimadura

O rápido envelhecimento da população brasileira já está se refletindo nos planos de saúde. Foto: Reprodução/Internet

O ator e diretor Zé Celso morreu em consequência de queimaduras que atingiram 53% do corpo. Foto: Reprodução/Internet

50emais

Queimaduras, como a que sofreu Zé Celso Martinez são lesões perigosas, que podem levar a infecções graves e à morte, como aconteceu com o ator e diretor, falecido na quarta-feira(5).

Zé Celso, 86 anos,estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas, em São Paulo, desde terça-feira (4) após um incêndio ter atingido o apartamento em que morava. O fundador do Teatro Oficina teve 53% do corpo queimado e inalou fumaça.

Calcula-se que haja em torno de um milhão de acidentes envolvendo queimaduras no Brasil por ano. Os idosos estão entre as vítimas mais vulneráveis.

As queimaduras atingem cada vez mais a população idosa, causando sérios riscos à saúde, segundo a Revista Brasileira de Queimaduras, defendendo a realização de campanhas de prevenção voltadas para esse público, que cresce em ritmo acelerado.

Leia o ótimo artigo de Constança Tatsch para O Globo:

As queimaduras podem ser de três graus, conforme a profundidade da lesão provocada. A de 1° grau atinge a superfície da pele, a de 2° se estende para a partes mais profundas da pele e a de 3° grau ultrapassa a barreira de pele e pode danificar músculos, tendões, órgãos e até os ossos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Nos casos de queimaduras mais extensas e profundas, os primeiros socorros e a condução do tratamento são essenciais para garantir a saúde do acidentado.

— A queimadura é um dos piores danos que nosso corpo pode sofrer, desencadeando uma série de inflamações — afirma Alfredo Gragnani, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), professor de Cirurgia Plástica da Escola Paulista de Medicina da Unifesp e responsável pelo Setor de Queimaduras do Hospital São Paulo, da Unifesp.

Segundo ele, acidentes com idosos ou crianças são ainda mais preocupantes.

—A gente tem vários estudos e publicações colocando o pior prognostico numa queimadura depende da extensão e profundidade. Se a queimadura for muito profunda ou acima de 40% ou 50% de extensão, o risco letal é muito grande. Outro fator é dos extremos, crianças com menos de 3 anos que ainda não tem órgãos 100% maduros, e nos idosos, acima de 60, que têm reserva muito baixa cardíaca, pulmonar, além do histórico se fuma, se já teve problema cardíaco, se é diabética… Junta isso tudo e o risco é muito mais elevado do que nos que se queimam habitualmente, que são homens numa idade entre 20 e 50 anos.

Lesão inalatória

Outro risco importante para o qual alerta o risco responsável pelo Setor de Queimaduras do Hospital São Paulo, da Unifesp, é a questão inalatória, mais frequente em locais fechados, como em um apartamento:

— Tem gente que tem lesão inalatória e às vezes nem queima a pele. E a lesão inalatória é muito grave. Se a pessoa tiver atendimento, no primeiro segundo precisa receber oxigênio a 100% por máscara ou ser intubada, se não estiver consciente. Se demorar, vai ter muita complicação. Ensino isso na universidade loucamente, ainda mais depois da boate Kiss, quando a grande maioria morreu por lesão inalatória.

Leia também: Laser pode ajudar quem tem zumbido no ouvido

Segundo ele, há três principais mecanismos desse tipo de lesão:

Respirar monóxito de carbono. O monóxido se liga na hemoglobina em vez do oxigênio e, assim, o oxigênio não consegue circular e chegar ao cérebro e a pessoa desmaia. Isso ocorre em alguns minutos.

Respirar o ar quente. Quando a glote abre para a pessoa respirar, o calor passa lesando todas as vias aéreas superiores, traqueia e brônquios, causando uma lesão profunda na mucosa. Se a pessoa estiver inconsciente, a glote ficará aberta e a passagem do calor é livre.
Gases tóxicos. Num incêndio, os gases tóxicos que a pessoa respira vão até os alvéolos, causando um processo inflamatório no pulmão.
Tratamento

A pessoa queimada perde a barreira cutânea, assim qualquer microrganismo ou bactéria pode entrar, abrindo caminho para graves infecções.

Alfredo Gragnani explica que os médicos precisam tirar o tecido que morreu, tirando camadas da pele, gordura, até não encontrar mais necrose. Depois disso, retira-se a pele saudável de outra parte do corpo — pernas, braços e tórax — para cobrir aquela área. Cada cirurgia dessas só pode ser feita em até 20% do corpo queimado, em razão, principalmente, da perda de sangue. Em caso de áreas mais extensas, são necessárias mais cirurgias.

Lesão inalatória

Outro risco importante para o qual alerta o risco responsável pelo Setor de Queimaduras do Hospital São Paulo, da Unifesp, é a questão inalatória, mais frequente em locais fechados, como em um apartamento:

— Tem gente que tem lesão inalatória e às vezes nem queima a pele. E a lesão inalatória é muito grave. Se a pessoa tiver atendimento, no primeiro segundo precisa receber oxigênio a 100% por máscara ou ser intubada, se não estiver consciente. Se demorar, vai ter muita complicação. Ensino isso na universidade loucamente, ainda mais depois da boate Kiss, quando a grande maioria morreu por lesão inalatória.

Leia também: Osteoporose: Riscos são maiores depois da menopausa

Segundo ele, há três principais mecanismos desse tipo de lesão:

Respirar monóxito de carbono
O monóxido se liga na hemoglobina em vez do oxigênio e, assim, o oxigênio não consegue circular e chegar ao cérebro e a pessoa desmaia. Isso ocorre em alguns minutos.

Respirar o ar quente
Quando a glote abre para a pessoa respirar, o calor passa lesando todas as vias aéreas superiores, traqueia e brônquios, causando uma lesão profunda na mucosa. Se a pessoa estiver inconsciente, a glote ficará aberta e a passagem do calor é livre.

Gases tóxicos Num incêndio, os gases tóxicos que a pessoa respira vão até os alvéolos, causando um processo inflamatório no pulmão.

Tratamento

A pessoa queimada perde a barreira cutânea, assim qualquer microrganismo ou bactéria pode entrar, abrindo caminho para graves infecções.

Alfredo Gragnani explica que os médicos precisam tirar o tecido que morreu, tirando camadas da pele, gordura, até não encontrar mais necrose. Depois disso, retira-se a pele saudável de outra parte do corpo — pernas, braços e tórax — para cobrir aquela área. Cada cirurgia dessas só pode ser feita em até 20% do corpo queimado, em razão, principalmente, da perda de sangue. Em caso de áreas mais extensas, são necessárias mais cirurgias.

Leia também: Não vou ter vergonha de não ser mais jovem

Sair da versão mobile