Maya Santana, 50emais
Há várias cidades no Brasil, principalmente na região sul, que se sobressaem por ter uma população que vive mais tempo do que a média nacional. Uma dessas cidades é Veranópolis, situada na Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul. Formada por descendentes de imigrantes europeus, a população do lugar não é grande, mas há anos chama a atenção de estudiosos, que tentam descobrir o segredo dos moradores pra viver tanto.
Leia o artigo do G1 e não deixe de ver o vídeo abaixo:
No café da manhã da família Fratta, a mesa farta dos descendentes de italianos. As receitas da Dona Clotilde, 90 anos, fazem sucesso entre filhos, noras, netos e bisnetos. Duas ou três vezes por semana, eles se reúnem para fazer capeletti. As mãos calejadas de Dona Clotilde sempre estão lá para ajudar. Foi ela que ensinou a todos ali os segredos da cozinha dos imigrantes. E ela não quer saber de parar! Mesmo depois de uma queda que trouxe dificuldades para caminhar. Dona Clotilde cuida das galinhas e vai para a horta todo dia. Chova ou faça sol. Dizem que a saúde vem dali.
Mas nem só de alface e peixe grelhado vivem os idosos na terra da longevidade. E é justamente por isso que os pesquisadores gaúchos não saem de Veranópolis, no Rio Grande do Sul há mais de 20 anos. A maioria da população da cidade é descendente de imigrantes europeus, que chegaram ali a partir de 1884.
Ali eles estabeleceram as suas plantações. Ali nasceram os filhos, netos, bisnetos, tataranetos. E as famílias continuam vivendo na região, o que torna o lugar ideal para a pesquisa que pode revelar os segredos de uma vida longa, produtiva e, especialmente, saudável.
Veranópolis já não ostenta mais o título de cidade mais longeva do Brasil. As campeãs hoje são Brusque e Blumenau, ambas em Santa Catarina. Mas Veranópolis
é conhecida por ser o celeiro da longevidade, o lugar em que as pessoas vivem bastante. Desde os anos 90, mais de 2.500 pessoas já foram investigadas sobre a longevidade. O professor Emílio Moriguchi, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul foi um dos pioneiros.
Em Veranópolis as famílias e os amigos, com membros de todas as gerações, se encontram aos domingos na igreja. E foi lá que a primeira pesquisa começou. Ou melhor, teve autorização para começar. Num domingo de 1994, o frei anunciou e para o bem da ciência brasileira, eles aceitaram e seguem colaborando até hoje.
Veja a excelente reportagem, feita em 2015, em Veranópolis: