Neste curto artigo para a Folha de São Paulo, onde escreve semanalmente, a antropóloga Mirian Goldenberg, 62, fala dos problemas de saúde que vem enfrentando já há algum tempo e como criou uma estratégia para encará- los, cuidando da própria saúde e prestando mais atenção a si mesma – ao que deve continuar cultivando e ao que deve descartar no seu dia-a-dia. Segundo ela, o mais difícil nesse processo foi aprender a dizer não.
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Há um ano venho sofrendo com ansiedade, insônia e distúrbios gastrointestinais. Fui a quatro médicos diferentes: todos deram o mesmo diagnóstico e tratamento. Apesar da insegurança e medo que essa situação provoca, aprendi a praticar sete atitudes muito positivas para a minha vida.
1. Cuidar da saúde: é necessário ter tempo, dinheiro e atenção com a saúde do corpo e da alma. Descobri que a saúde é o meu bem mais precioso;
2. Valorizar o tempo: usar o tempo e colocar o foco naquilo que dá significado à vida. No meu caso: escrever e aprender a viver com meus amigos nonagenários;
3. Priorizar o projeto de vida: focar naquilo que pode fazer diferença no mundo. Meu projeto: continuar a pesquisar e escrever sobre envelhecimento e felicidade;
**4. Dizer não: **evitar o que provoca doença, preocupação e desperdício de tempo. Foi o mais difícil, mas tive coragem de dizer não a todos os convites para eventos sociais e festas de casamento;
5. Faxinar a casa e a vida: livrar-se de tudo o que é desnecessário, destrutivo e tóxico. Doei roupas, sapatos, livros; saí dos grupos de WhatsApp e me afastei de pessoas que sugavam a minha energia, saúde e alegria, os vampiros emocionais;
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6. Agradecer à vida: ter gratidão por tudo o que acontece, inclusive pelas dificuldades. Em um ano de muito sofrimento, descobri que tenho amores e amigos maravilhosos e coragem para enfrentar os desafios que a vida me colocou;
**7. Alimentar a alegria: **saborear o tempo presente, prestar atenção às pequenas coisas que fazem bem ao corpo e à alma. Adotei as ideias de joy, enjoy, joie de vivre: apreciar a vida, ter alegria de viver, entusiasmo pela vida.
Pode parecer meio Pollyanna, mas curar o medo e alimentar a alegria são os meus projetos para 2020. Termino com o mantra que aprendi com meu querido amigo doutor Nobolo Mori, de 96 anos: Arigatou (Obrigada). Arigatou. Arigatou.
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