Maya Santana
50emais
Quando leio uma notícia como esta é que me dou conta que o tempo realmente passou. Está nos jornais britânicos: Marianne Faithfull, 75, atriz e cantora de rock londrina, a esfuziante ex-namorada do Rolling Stones Mick Jagger, que nos encantou tanto com sua voz quente, nas décadas de 60 e 70, acaba de se mudar para uma casa de repouso, nos arredores de Londres. A septuagenária Marianne, de lendários olhos azuis, está se recuperando de sequelas graves da Covid, que a obrigou a uma internação de três meses.
O recolhimento da cantora não poderia contrastar mais com a vida ainda trepidante levada pelo seu antigo parceiro. Caminhando para os 79 anos (julho), Mick Jagger continua rebolando. Com os Rolling Stones, ele encerrou no final do ano passado, nos Estados Unidos, “No Filter”, considerada a turnê mais lucrativa de um grupo musical, entre as muitas realizadas por outras bandas em 2021. As apresentações renderam aos Stones mais de 100 milhões de dólares, embora, pela primeira vez, sem a presença do baterista Charlie Watts, morto meses antes.
Mick Jagger casou-se duas vezes. Mas teve filhos com várias mulheres. Ao todo são oito e a mais velha já está com 50 anos. O mais novo, com a ex-bailarina Melanie Hamrick, 34, com quem está desde 2014, tem apenas cinco anos. Recentemente, o casal foi visto numa praia, em Miami, na Flórida. Ou seja, Mick continua a todo vapor. É um bom exemplo, inclusive, de longevidade ativa.
Tudo muito diferente de Marianne Faithfull. De família abastada, ela foi descoberta nos anos 60. E explodiu em 1965, com o lançamento do single “As Tears Go By”, dos Rolling Stones. Manteve um longo relacionamento com Mick Jagger. E passou a levar uma vida desenfreada. Tornou-se anoréxica, foi morar na rua e se viciou em heroína.
Do álbum Broken English:
A vida turbulenta dessa artista, que atuou em filmes de Godard, contracenou com Orson Welles e gravou, em 1979, o belíssimo álbum Broken English, foi contada por ela própria, numa autobiografia composta de três volumes. Tomara que haja um quarto livro. A história de Marianne Faithfull não acabou.
Veja ela interpretando The Balad of Lucy Jordan, do álbum Broken English:
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