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À medida em que a população vai envelhecendo, as mentalidades vão, aos poucos, mudando. Isso vem acontecendo com algumas empresas. Mas muitas ainda se mostram relutantes em contratar mão de obra acima dos 50 anos.
De acordo com este artigo de Mirela Luiza, da Isto É, projeção da Fundação Getúlio Vargas mostra que, em 2040, ou seja, em menos de 20 anos, 57% dos trabalhadores brasileiros terão mais de 45 anos.
Para Morris Litvak, fundador da Maturi, plataforma de emprego para maiores de 50, não faz sentido investir apenas nos jovens, já que a mão de obra está envelhecendo: “Olhar exclusivamente para o início da formação profissional significa deixar de fora a parcela da população que mais cresce no Brasil e no mundo: o público 50+”, afirma ele.
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Pensava-se que o empregado considerado maduro, a partir dos 50 anos, não poderia suprir a necessidade de mão de obra nas empresas. Esse conceito está ficando velho. Muitas empresas estão apostando nesse perfil profissional, pois recrutadores consideram que pessoas experientes não só conseguem produzir muito bem como também cooperam para um ambiente de trabalho mais diverso e produtivo.
Especialistas em Gestão de Pessoas afirmam que profissionais maduros são os mais dedicados e comprometidos com metas e diretrizes das empresas, tanto no comportamento do dia a dia como nos aspectos gerais de exercício da função. Além disso, são sempre os mais preparados para lidar com os desafios do cargo e criar soluções para problemas diários. “Existem várias vantagens na inclusão multigeracional. A primeira é para o negócio, pois nós, os ‘boomers’, temos maior capacidade de resiliência do que os mais jovens. E para nós o ganho é poder sermos incluídos no mundo tecnológico e, com isso, nos mantermos atualizados”, diz Paulo Rogerio Ferrari, 64 anos, contratado em 2021 como design de produto de uma fintech nacional.
Companhias apontam vantagens nesse tipo de mão de obra. Eles já são experientes ao lidar com crises constantes e mudanças na economia, como a volta da inflação. E, à procura de se atingir um mercado cada vez maior, o que se traduz também em uma população cada vez mais idosa, a diversidade passou a ser um fator importante. Segundo o IBGE, em 1940 a expectativa de vida no Brasil era de 45,5 anos. Em 2018, ela chegou aos 76,3 anos. Até 2050, a projeção é que a média de vida dos brasileiros seja de 80,57 anos.
Há um aumento de trabalhadores na faixa acima de 40 anos. Segundo o IBGE, o número de brasileiros com mais de 40 que estão empregados ou procurando trabalho passou de 42,9% no quarto trimestre de 2019 para 44,1% no segundo trimestre deste ano, um aumento de 1,7 milhão.
Uma projeção da Fundação Getúlio Vargas mostra que, em 2040, 57% dos trabalhadores terão mais de 45 anos. “Olhar exclusivamente para o início da formação profissional significa deixar de fora a parcela da população que mais cresce no Brasil e no mundo: o público 50+”, comenta Mórris Litvak, fundador da Maturi, plataforma de emprego para quem tem mais de 50 anos.
Dos mais 210 milhões de brasileiros, 37,7 milhões são pessoas idosas, ou seja, têm 60 anos ou mais, de acordo com estudo do Dieese. O órgão traz estatísticas relevantes: 18,5% dessa população ainda trabalham e 75% ainda contribuem para a renda de onde moram.
“O mercado espera profissionais que estejam se aprimorando e aprendendo novas habilidades. Serve para todos, mas especialmente para os mais experientes”, avalia Thaisa Batista, uma das fundadoras da Abler, startup de processos seletivos. Ela ressalta que as empresas estão mais abertas à contratação dessa população. “Esse aumento de vagas é resultado também de todo um processo de adaptação que esse público precisou fazer em suas carreiras para se incorporar a um novo modelo de mercado e se tornar competitivo”.
Embora estejamos falando de melhoria de mercado, Andrea Tenuta, head de novos negócios da Maturi, diz que há ressalvas. “Muito se fala da diversidade, mas pouco se fala ainda do etarismo. Apesar de estarmos envelhecendo, esse recorte ainda quase ninguém faz”, diz ela, ressaltando que a população 50+ é a que mais cresce no Brasil e exige que governos e empresas adotem uma nova compreensão — uma perspectiva mais inclusiva e estratégica. “Questões inerentes à Diversidade e Inclusão, LGBTQIA+, PCDs e participação feminina já são mais discutidas e trabalhadas nas empresas, mas menos da metade delas trabalha o pilar etário”.