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Beber é bom. O difícil, para muita gente, é saber dosar. Mas, à medida em que vamos envelhecendo, temos que exercitar mais e mais esse senso de medida, porque nosso corpo muda e o álcool passa a fazer muito mais mal do que quando éramos jovens.
Neste artigo, Silvia Ruiz, do blog Ageless, publicado pelo Uol, chama atenção para o fato de, principalmente depois dos 50 anos, o álcool “bater” diferente no nosso organismo, já sem a vitalidade de antes.
Um dos exemplos dessas mudanças no nosso corpo, é que “O fígado fica menos eficiente e mais lento para processar o álcool, que passa mais tempo no organismo e causa mais danos”.
O alerta contra o consumo excessivo de bebida está sendo feito num momento importante, uma vez que pesquisa mostra que as pessoas mais velhas no Brasil estão bebendo cada vez mais.
Leia o artigo completo:
Eu, sei, eu sei. Você vai dizer: “O Brasil me obriga a beber”. Eu entendo a frase, já repeti tantas vezes em tom de piada, mas sei que tem um fundo de verdade. Ao longo da vida, muitas vezes usamos bebidas alcoólicas socialmente para ficar mais “soltinhos” ou como forma de relaxamento para a vida estressante.
No entanto, à medida que envelhecemos, a coisa vai ficando diferente, e os danos ao corpo vão muito além da ressaca (que, aliás, também fica bem mais intensa com a. idade) Especialmente após os 50 anos, existem riscos associados ao consumo excessivo de álcool que merecem atenção e deveriam fazer a gente repensar nossa relação com os drinks.
Sim, o álcool “bate” diferente no nosso corpo quando envelhecemos. “O fígado fica menos eficiente e mais lento para processar o álcool. Ele passa mais tempo no organismo e causa mais danos “, alerta Vânia Assaly, endocrinologista, nutróloga e especialista em medicina do estilo de vida. Seguem alguns dos danos que o álcool causa nessa fase:
1. Risco de doenças:
O consumo excessivo de álcool pode levar a uma série de problemas de saúde, como doenças hepáticas, pressão alta, problemas cardíacos e danos ao sistema imunológico. “Existem inúmeros estudos atribuindo o consumo de álcool ao aumento de risco para vários tipos de câncer, inclusive o câncer de mama”, alerta a médica. O fígado, que funciona como uma espécie de para desintoxicar o corpo de tudo que consumimos, como poluentes, agrotóxicos e medicamentos, fica sobrecarregado com o álcool. Isso faz com que ele acumule gordura e aumenta o risco para doenças como cirrose hepática.
2. Depressão x Menopausa
Ao contrário do que parece, o álcool deprime o nosso sistema nervoso central. Apesar de causar uma certa euforia quando começamos a beber, a próxima etapa pode ser de levar à depressão, segundo a médica. Para mulheres no climatério, quando a queda hormonal causa modificações nos neurotransmissores, esse efeito do álcool é ainda mais nocivo para o cérebro e esse quadro depressivo pode ser mais evidente.
3. Interações medicamentosas
Muitos adultos com mais de 50 anos tomam medicamentos para gerenciar condições crônicas de saúde. O álcool pode interferir na eficácia desses medicamentos e até mesmo causar efeitos colaterais perigosos quando combinado com certas substâncias. É essencial consultar um médico ou farmacêutico para verificar se o consumo de álcool é seguro enquanto estiver em tratamento medicamentoso.
4. Prejuízo cognitivo
O álcool pode prejudicar a função cognitiva e a memória, especialmente em pessoas mais velhas. Esses efeitos podem ser mais pronunciados em pessoas que já estão em 5. Interferência com um estilo de vida saudável Além de poder levar ao ganho de peso, o consumo excessivo de álcool pode prejudicar a qualidade do sono e interferir em um estilo de vida equilibrado. Quem tem forças para fazer atividade física no dia seguinte de uma bebedeira?
6. Aumento de peso
O álcool contém praticamente o mesmo número de calorias por grama que as gorduras. Além de o nosso metabolismo ficar mais lento ao envelhecer, essas calorias extras ingeridas em forma de álcool acabam sendo estocadas em forma de gordura no corpo. Fora que o álcool atua no cérebro aumentando o apetite, o que faz a gente comer mais quando está bebendo.
Então quer dizer que a gente deve abandonar o álcool de vez na maturidade? Uma taça de vinho não era sinônimo de longevidade? Em primeiro lugar, você fica mesmo em uma única taça? Pense sobre isso. Segundo Vânia, essa ideia dos benefícios do vinho diário também já vem sendo contestada por muitos médicos e cientistas. Então, de modo geral, a recomendação é restringir o consumo o máximo possível, reservando de preferência para ocasiões especiais, sempre mantendo o controle sobre a quantidade.
Como beber de maneira segura após os 50 anos:
Limite a quantidade de álcool: A moderação é fundamental. Limite-se a um ou dois drinques de preferência somente em ocasiões especiais.
Intercale com água: Beba um copo de água entre cada bebida alcoólica. Isso ajudará a manter a hidratação e diminuir a velocidade do consumo de álcool.
Não beba com o estômago vazio: Certifique-se de comer uma refeição antes de consumir álcool. Isso reduzirá a absorção rápida do álcool e minimizará os efeitos negativos.
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Conheça seus limites: Respeite seus limites pessoais e esteja ciente de como o álcool afeta seu corpo. Se você perceber sinais de que está bebendo demais, como dificuldade em controlar a quantidade ou comportamento imprudente, considere diminuir ou parar completamente.
Busque apoio profissional: Se você achar difícil parar de beber ou se tiver preocupações sobre seu consumo de álcool, não hesite em procurar ajuda profissional. O alcoolismo pode levar anos para se instalar e, sim, pode acontecer na maturidade.
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