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Importantíssima esta matéria de Carlos Madeiro, do Uol, sobre como o Brasil vai envelhecendo a passos largos, como mostra a mais recente pesquisa do IBGE.
Só não vê que não presta atenção. Passou a época em que éramos considerados um país jovem. Quando você sair de casa para ir ao banco, supermercado ou qualquer loja, olhe à sua volta.
A pesquisa também revela outros dados muito importantes, uma espécie de radiografia da população brasileira. Por exemplo, o número de pessoas que se declaram negras aumentou. A maioria dos brasileiros se considera parda e um número cada vez maior deles mora sozinho.
Leia:
A população brasileira está ficando cada vez mais idosa, morando cada vez mais sozinha e de aluguel. Essas são algumas conclusões da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Dados da pesquisa
A amostragem da pesquisa atual foi feita com 168 mil domicílios. A série histórica da pesquisa começou em 2016, mas a última divulgação ocorreu em 2019, já que nos dois anos seguintes não houve coleta por conta da pandemia.
Em 2022, as mulheres correspondiam a 51,1% da população do país, enquanto os homens totalizaram 48,9%.
Nos últimos 10 anos, a população foi ficando mais velha, e o percentual de idosos a partir de 60 anos saltou de 11,3% para 15,1%. Ao mesmo tempo, o percentual de pessoas com menos de 30 anos caiu de 49,9% em 2012, para 43,3% em 2022.
A pesquisa revela que as mulheres são as que mais vivem essa longevidade. Entre a população acima de 60 anos, eram 78,8 homens para cada 100 mulheres vivas no ano passado.
É o caso da aposentada Maria do Socorro Barros, de 101 anos. Até hoje ela lê, faz exercícios diariamente e gosta de uma boa conversa. Moradora de Maceió, a idosa conta que hábitos alimentares saudáveis ajudam a explicar sua longevidade.
“Sempre disse que a pessoa, quando vive muito, é porque teve muito alimento bom, com carne boa e peixe fresco. E é preciso fé em Deus e ser fiel, porque a fidelidade é para acalmar a pessoa.”
Mais lares com uma pessoa só. Em 2022, o país tinha um total de 74,1 milhões de domicílios, sendo 85% casas e 14,9% apartamentos.
Cresce o percentual de domicílios que têm apenas um morador. Ano passado, era de 15,9% do total dos lares. Dez anos antes, eram apenas 12,2%.
Homens moram mais sozinhos do que as mulheres: dos que moram só, 55,4% são homens, enquanto essa porcentagem é de 44,6% para as mulheres.
Ao analisar o padrão etário das pessoas em arranjos unipessoais, observou-se que 12,3% tinham 15 a 29 anos; 45,9% situavam-se na faixa de 30 a 59 anos; e 41,8% eram pessoas de 60 anos ou mais de idade.
Todas as regiões apresentaram crescimento do percentual de domicílios alugados em comparação a 2019, com destaque para Centro-Oeste (de 24,5% para 27,8%) e Sul (de 18,6% para 20,9%).
Entre 2016 e 2022, observou-se uma contínua redução do percentual de domicílios próprios já pagos, que variaram de 66,7%, em 2016, para 64,8%, em 2019, e 63,8%, em 2022.”.
País mais negro
A proporção de pessoas que se autodeclaram pretas subiu de 7,4% para 10,6% entre 2012 e 2022, seguindo uma tendência nos últimos 10 anos.
A maioria das pessoas no país diz que é parda, mas o percentual vem se mantendo estável ao longo dos anos, na casa dos 45% do total.
Recorde de negros no levantamento. O percentual de negros no país (que corresponde à soma de pretos e pardos) chegou a 55,9% da população no ano passado.
A divisão por raça no Brasil tem como marca diferenças regionais: negros estão proporcionalmente mais no Norte (78,4% da população autodeclarada negra) e menos no Sul (26,3%).
Acesso a serviços segue desigual. 6,4 milhões de domicílios ligados à rede de fornecimento não recebiam água diariamente em 2022, com destaque para o maior percentual Nordeste: 28,2% vivem nessa condição, segundo a Pnad.
A região Norte segue com o menor percentual de domicílios ligados à rede geral de água, com apenas 60% dos lares conectados. No Brasil, a média é de 85,5% — percentual que se mantém estável desde 2012.
A proporção de domicílios ligados à rede geral de esgotamento sanitário aumentou de 68,2% para 69,5% do total de domicílios do país entre 2019 e 2022. Esse percentual é maior (78%) quando vemos apenas os domicílios urbanos.
Entretanto, ainda há grandes distorções regionais nesse quesito: enquanto em São Paulo o índice chegou a 93,6%, no Amapá é de 20,7% da população.
Mais bens de consumo
Ao longo dos anos o brasileiro também passou a ter mais acesso a bens de consumo. É o caso dos veículos, que estão hoje presentes em três de cada quatro lares.
No caso de automóveis, eles estão presentes em 49,8% dos domicílios brasileiros. Já as motos chegam a 25% dos lares. Na primeira Pnad, em 2016, essa soma era de 70% do total.
Nos últimos anos, o país atingiu a quase universalidade do abastecimento de energia elétrica pela rede ou fonte alternativa: 99,8% dos domicílios em 2022.
A proporção de domicílios do país onde o lixo era coletado diretamente por serviço de limpeza também subiu: de 82,7%, em 2016, para 86%, em 2022.
O percentual de domicílios com máquina de lavar também subiu de 62,9% para 70,2% entre 2016 e 2022…. – Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/carlos-madeiro/2023/06/16/populacao-do-brasil-envelhece-mora-cada-vez-mais-so-e-de-aluguel-diz-ibge.htm?cmpid=copiaecola