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Ler é, seguramente, um dos melhores hábitos que o ser humano pode adquirir. Só traz benefícios. Especialmente, quando o envelhecimento vai chegando. Além de tudo que proporciona, é um prazer que você tem sozinho(a), sem depender de ninguém
Nada se compara a uma boa leitura. E há tanta coisa maravilhosa para se ler neste mundo.
Este artigo, publicado no Estadão, explica bem as delícias e os muitos benefícios que um bom livro pode trazer.
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Na terceira idade, quando a experiência de vida se entrelaça com o desejo por novas descobertas, a leitura surge como uma poderosa aliada para abrir portas, conectar-se com diferentes culturas e enriquecer seu próprio mundo. Além de proporcionar entretenimento e lazer, mergulhar em um livro pode ajudar no desenvolvimento intelectual e emocional dos idosos.
Estudos científicos mostram que ler regularmente exerce um papel vital no fortalecimento cognitivo e na prevenção de condições degenerativas, como o Alzheimer.
Isso porque a leitura estimula áreas do cérebro associadas à memória, atenção e raciocínio lógico. Esses pontos contribuem para manter as conexões neurais e preservar a saúde cerebral.
Quais os benefícios da leitura para os idosos?
A leitura proporciona benefícios para pessoas de todas as idades, inclusive durante a velhice. Esse hábito pode ser adotado por idosos em diversos contextos e ser uma alternativa para aqueles com mobilidade reduzida, por exemplo.
Você provavelmente já disse ou ouviu alguém dizer que praticar a leitura ajuda a enriquecer o vocabulário. Isso ocorre porque entramos em contato com as histórias e o mundo de outra pessoa, incluindo seu modo de falar e escrever.
Em tempos de hiperconectividade, muitas pessoas têm relatado alguma dificuldade em se concentrar em atividades analógicas, como a leitura. Para reinserir os livros em sua rotina, é importante dar o primeiro passo, ainda que isso signifique começar com poucas páginas por dia, ou um livro mais curto, por exemplo. No caso dos idosos, também vale apostar em acessórios que auxiliem a visão, como luminárias ou livros impressos em fontes maiores.
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Quanto ao tema, não há contraindicações, dependendo apenas do gosto do leitor. Para quem quer começar (ou retomar) o hábito, uma dica é buscar obras com interesses específicos. Por exemplo, se você tem apreço por culinária, que tal apostar em um livro que fala sobre a gastronomia em diferentes regiões e países?
Fortalecimento do sistema cognitivo
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo IBGE em junho, aponta que a população idosa subiu de 11,3% (em 2012) para 15,1% em 2022.
Nesse sentido, é cada vez mais necessário investir em ações que promovam saúde e bem-estar para os mais velhos. E os livros podem ser uma porta para isso.
Além dos ganhos sociais, a leitura proporciona benefícios à saúde mental e psicológica, uma vez que ajuda a diminuir estresse e ansiedade e ainda contribui para o fortalecimento da memória.
A área do cérebro responsável pela leitura se relaciona com as regiões responsáveis pela atenção, concentração, visão, fala e à que nos possibilita armazenar (e lembrar) informações. E como o Alzheimer é uma condição que compromete principalmente a memória, ler pode prevenir o quadro
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Ao portal da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o neurologista e professor Paulo Caramelli afirma que:
“Com o hábito de leitura sistemático e frequente ao longo dos anos, você aumenta a conexão entre células nervosas, o número de sinapses entre as células do cérebro e consegue se contrapor aos efeitos do Alzheimer, que lesa ou danifica essas sinapses”.
Mesmo tendo consciência da importância de se dedicar aos livros, o mais importante é ter a leitura como uma atividade prazerosa. Ao tratá-la como uma obrigação, há maior tendência de ceder às distrações do mundo externo, como o celular e a TV, por exemplo.
A leitura é janela para o mundo, ponte para compreensão de diferentes áreas do conhecimento e ferramenta de fortalecimento cultural, intelectual e mental. Através das páginas de um livro, os idosos podem viajar para lugares distantes, mesmo sem sair do lugar, o que impacta, inclusive, a autoestima daqueles que apresentam limitações.
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