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Foi durante exames de rotina no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, em maio de 2021, que Rita Lee, então com 73 anos, descobriu que estava com um tumor no pulmão esquerdo.
Ela começou tratamento imediatamente. E chegou a receber alta, com seus médicos dizendo que estava curada.
Mas a saúde da rainha do rock era frágil. E, na verdade, ela nunca se recuperou. Passou seus últimos anos longe dos palcos, refugiada num sítio, nos arredores de São Paulo, com o marido Roberto Carvalho e os bichos, muitos bichos, que ela tanto amava.
Morreu em casa, na noite de segunda-feira, 8 de maio. Seu corpo foi velado no Parque Ibirapuera das 10h às 17h. Depois, foi cremado.
Rita, com sua sensibilidade apurada, antecipou num trecho de sua primeira biografia, escrita em 2016, como as pessoas reagiriam à sua morte.
Leia:
Quando eu morrer posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta.
Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída.
Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus discos e entoarão “Ovelha negra”, as tvs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal do dia e uma notinha no obituário de algumas revistas há de sair.
Nas redes virtuais, alguns dirão: “ué, pensei que a véia já tivesse morrido.
Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los.
Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha autoharp e cantando para Deus: “Thank you Lord, finally sedated”.
Epitáfio: Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa.