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Embora seja um dos medicamentos para dor mais conhecidos e consumidos no mundo, ainda não se conhece inteiramente os efeitos no nosso organismo do paracetamol, composto ativo do tylenol,
A grande preocupação é com quem exagera na dose, pois o paracetamol é a principal causa de falência do fígado em países como EUA e Reino Unido.
O uso indiscriminado do medicamento, explica este artigo da BBC Brasil, pode levar à falência hepática aguda.
Milhares de pessoas acabam tomando paracetamol além da dose e precisam ser levadas para o hospital. Centenas delas morrem.
Aqui, no Brasil, a Anvisa também já alertou sobre os perigos da overdose do medicamento.
Leia o artigo:
O paracetamol, conhecido comercialmente como Tylenol, é um dos remédios mais consumidos em todo o mundo. Vendido livremente em farmácias, sem a necessidade de receita médica, estima-se que os americanos comprem cerca de 298 comprimidos por pessoa a cada ano, enquanto no Reino Unido a média é de 70 unidades por pessoa no mesmo período. No entanto, por mais popular que seja, o paracetamol ainda guarda muitos mistérios para os cientistas.
O medicamento foi sintetizado no final do século 19, mas só chegou às farmácias dos Estados Unidos e da Austrália na década de 1950, sob o nome comercial de Tylenol. Mesmo após mais de seis décadas desde seu lançamento, ainda não se conhece completamente o mecanismo de ação do paracetamol no corpo humano para reduzir a dor e baixar a febre.
Alguns estudos sugerem que ele pode afetar o sistema nervoso central e o cérebro, além de agir em regiões periféricas onde há inflamação. Acredita-se que o paracetamol interfira em enzimas conhecidas como ciclooxigenase (COX), relacionadas à sensação dolorosa e ao aumento da temperatura corporal, bem como em neurotransmissores e vias cerebrais, proporcionando efeito analgésico. No entanto, não há consenso entre os especialistas sobre o mecanismo exato de ação.
Quanto à eficácia do paracetamol, os resultados de estudos variam dependendo do tipo de desconforto. Em algumas situações, como dor na lombar, os efeitos do medicamento não foram superiores ao do placebo (sem efeito terapêutico). O Instituto Cochrane, que revisa evidências sobre tratamentos, mostrou que o paracetamol não é superior ao placebo para tratar dores lombares e dores físicas relacionadas ao tratamento do câncer. Para a artrite no joelho ou quadril, o efeito positivo foi considerado “pequeno”.
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Apesar das variações na eficácia, o paracetamol continua popular devido a vários fatores, como histórico de uso, indicação abrangente para diversos tipos de dor, disponibilidade e custo acessível. No entanto, é importante lembrar que o uso excessivo e sem orientação pode levar a problemas graves.
A principal preocupação é a overdose, pois o paracetamol é a principal causa de falência do fígado em países como EUA e Reino Unido. O fígado metaboliza o medicamento, e em excesso, uma substância tóxica é produzida, podendo levar à falência hepática aguda. Estima-se que as overdoses de paracetamol causem milhares de visitas ao pronto-socorro e centenas de mortes por ano nos EUA.
As regulamentações foram ajustadas para limitar a dosagem do paracetamol em alguns países, o que ajudou a reduzir as hospitalizações relacionadas ao medicamento. No Brasil, a Anvisa também emitiu alertas sobre o consumo indiscriminado e reforçou a importância de seguir as dosagens e intervalos recomendados na bula.
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Além dos riscos físicos, pesquisas recentes sugerem que o paracetamol pode afetar a empatia das pessoas. Um estudo indicou que os participantes que tomaram paracetamol tiveram uma habilidade reduzida de sentir empatia, o que pode ter implicações no comportamento social.
Embora a popularidade do paracetamol seja inegável, é essencial sempre procurar a avaliação de um profissional de saúde antes de usar o medicamento, especialmente se a dor persistir ou piorar após alguns dias. O uso responsável e consciente é fundamental para evitar problemas de saúde graves. Enquanto os mistérios sobre o paracetamol persistem, a ciência continua a desvendar seu verdadeiro impacto no corpo humano.
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