Tem gente que não lê Guimarães Rosa. Acha muito difícil. Não é fácil mesmo. Quem lê se delicia com o mais fino da nossa literatura. Não há como negar a genialidade do mineiro de Cordisburgo, nascido em 27 de junho de 1908. Aos sete anos de idade, ele começou a estudar francês, alemão, inglês, espanhol, italiano e esperanto. Aprendeu ao longo da vida um número inacreditável de linguas. “Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura,” escreveu. Nesta quarta-feira, 19 de novembro, completa 47 anos que o médico, diplomata e escritor morreu, no Rio de Janeiro. Encontrei no site Templo Cultural Delfos esse artigo sobre esta sumidade que nos deixou quando tinha apenas 59 anos.
Leia o artigo:
O mineiro João Guimarães Rosa se tornou reconhecido mundialmente devido aos traços marcantes presentes em suas obras. Nascido em 27 de junho de 1908, Guimarães Rosa foi médico, escritor e diplomata. O autor tornou-se reconhecido mundialmente devido aos traços marcantes presentes em sua obra, como a linguagem inovadora, popular e regional e a criação de inúmeros vocábulos a partir de arcaísmos, invenções e intervenções semânticas e sintáticas. A maior parte da sua obra se passa no sertão brasileiro.
Primogênito de sete filhos, aos sete anos Guimarães Rosa começou a estudar diversos idiomas, como francês, alemão, inglês, espanhol, italiano e esperanto. Além de conceituado escritor, ele se formou na faculdade de Medicina e chegou a exercer a profissão até 1934.
Em entrevista concedida a uma prima ele falou sobre seu grande interesse no estudo de idiomas. “Eu falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração”
Após passar no concurso do Itamaraty, Guimarães Rosa teve como primeira função no exterior, o cargo de Cônsul-adjunto do Brasil em Hamburgo, na Alemanha, de 1938 a 1942. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele ajudou judeus a fugirem para o Brasil ao conceder, ao lado da segunda esposa Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, mais vistos do que as cotas legalmente estipuladas. A ação humanitária lhe rendeu no pós-Guerra, o reconhecimento do Estado de Israel.
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Guimarães Rosa morreu no dia 19 de novembro de 1967, no Rio de Janeiro, aos 59 anos. Três dias antes, ele havia tomado posse na Academia Brasileira de Letras, para a qual havia sido eleito em 1963 por unanimidade. O motivo da posse demorada foi o medo de que o autor sofreria uma forte emoção. No discurso que fez disse que “…a gente morre é para provar que viveu”, quase como uma despedida.
Suas obras foram traduzidas para diversos idiomas.