Maya Santana, 50emais
Neste artigo, Silvia Ruiz, do blog Ageless, do Uol, fala de um problema que afeta, mais cedo ou mais tarde, toda mulher: as mudanças que a pele vai sofrendo à medida em que envelhecemos. É por isso que, nesse processo, a face pede cuidados especiais para evitar, por exemplo, que fiquei muito marcada pelo ressecamento ou pelas manchas que surgem nessa etapa da vida.
Leia:
Se você já está na menopausa ou está chegando perto dela, já deve ter percebido que, não bastassem todas as alterações físicas internas que nosso corpo passa, temos uma ainda uma mais evidente: nossa pele também muda, às vezes de maneira radical.
No meu caso, por exemplo, passei a vida brigando com as espinhas que teimavam em aparecer sem parar devido à oleosidade. Isso me fez passar anos usando a mesma rotina de pele: sabonetes anti-oleosidade de manhã e à noite, jamais usei cremes de nenhuma espécie, somente séruns fininhos para hidratar. E até o protetor solar diário tinha que ser muito leve para não piorar as espinhas.
Eis que, de uns meses para cá, apesar de não estar na menopausa ainda (e mesmo fazendo reposição hormonal, como já contei aqui), minha pele mudou da água para o vinho. As espinhas sumiram (essa foi a parte boa), mas, em compensação, a pele ficou super seca, evidenciando muito mais as linhas finas em volta dos olhos. E a pele do corpo, então? Sinto como se vivesse no deserto. Falei sobre isso no meu perfil no Instagram (me siga lá também @silviaruizmanga) e muitas mulheres me disseram que estão passando pelo mesmo processo.
Segundo Fernando Macedo, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a culpa dessa mudança toda é a queda do nível do estrogênio. “Com a baixa desse hormônio (que pode começar alguns anos antes da menopausa de fato), a pele fica mais fina e perde a capacidade de lubrificação natural”, diz ele. Isso sem falar no fato de que o corpo perde a capacidade de produção de colágeno que é justamente o que dá sustentação e elasticidade à pele.
Portanto, se nossa pele muda, a rotina precisa mudar também. No caso do colágeno, a coisa é mais complicada, exige tratamentos mais complexos em consultórios dermatológicos. Mas, no dia a dia, dá para melhorar muito a parte mais superior da pele com a rotina caseira.
1. Hidrate muito
Nossa pele fica mais seca, isso porque as glândulas sebáceas ficam menos ativas. Por isso é importante hidratar a pele muito mais do que quando mais jovem. As linhas finas, principalmente, ficam muito mais evidentes se a pele está desidratada. “Recomendo que se troque os séruns, que são muito leves, por cremes mais emolientes”, diz Macedo. Foi exatamente o que eu fiz. Hoje em dia, até mesmo óleos para a pele eu tenho usado. Procure os cremes com consistência mais cremosa e oleosa em vez de séruns e loções, que são mais leves.
2. Reforce a área dos olhos e o pescoço
“A área dos olhos já é naturalmente mais seca, por isso exige mais atenção”. Por isso, ainda que sua pele do rosto como um todo não esteja tão seca, nessa área vale buscar um creme mais grossinho. “Muita gente usa os melhores cremes no rosto e se esquece do pescoço, que acaba ficando muito mais descuidado e com mais rugas”, diz o dermatologista. Por isso, se for usar um creme leve no rosto (afinal nem todo mundo vai ficar com a pele tão seca), opte por uma versão mais pesada para olhos e pescoço.
3. Cuidado com o sabonete
Mais uma vez, cuidado para não piorar ainda mais o ressecamento com sabonetes. Procure os mais leves e próprios para pele seca (normalmente eles fazem bem pouca espuma), de preferência próprios para o rosto. Fique longe daqueles anti-oleosidade, que vão ressecar demais.
4. Não abandone o filtro solar
Apesar de muito das nossas manchas e rugas serem causadas pela exposição ao sol dos 20, 30 anos, não podemos descuidar da proteção solar. Até porque a proteção natural da pele também diminui com a idade. Não saia de casa sem aplicar um protetor SPF 30 ou mais alto depois de aplicar o hidratante.
5. Seja consistente
Segundo Macedo, é visível a diferença de pele de mulheres idosas que passaram a vida usando hidratante regularmente daquelas que usavam vez ou outra. “Mesmo aquelas mulheres que usavam cremes muito básicos que existiam antigamente, as que usaram a vida toda chegam da velhice com menos rugas só por terem hidratado regularmente a pele. Não precisa ser o creme mais caro, precisa ter frequência. ” Portanto, nada de preguiça, hidratação tem que fazer parte do dia a dia como escovar os dentes.
6. Escolha os ativos certos
Hoje existe uma febre de perfis no Instagram e canais no Youtube que falam sobre pele. São tantas dicas e recomendações, que a gente acaba ficando confusa com o que escolher. Mas a verdade é uma só: poucos ativos têm comprovação científica de sua eficácia. E não precisamos de tantos produtos assim para ter a pele bem cuidada. Macedo recomenda que a consulta com um dermatologista para entender o que é ideal para cada um. Mas, via de regra, os ativos com mais comprovação são os seguintes:
– Vitamina C (combate o foto-envelhecimento)
Macedo alerta que algumas formulas são mais oleosas do que outras (algumas mulheres reclamam que causam espinhas). Se você tiver a pele mais oleosa, procure a vitamina com o veículo mais seco. Eu mesma testei duas marcas até chegar a uma que funcionou para mim. O importante é verificar a potência: pelo menos 15% de vitamina C na formula.
– Ácido Hialurônico (hidratação)
Esse é um dos melhores hidratantes para a pele pois ele “agrega” água à pele. Mais uma vez, o ativo pode vir tanto em fórmulas mais leves (séruns) quanto em mais oleosas (cremes). Escolha o que for melhor para a sua pele.
– Retinol e Ácido Retinoico (renovação da pele e combate o foto-envelhecimento)
O ácido retinoico é uma forma ativa da Vitamina A e é mais forte e mais irritante para a pele do que o Retinol, uma versão mais branda (ele inclusive é considerado um medicamento, não um cosmético, por isso é importante consultar um dermatologista antes de usar). Já o retinol é encontrado facilmente em cremes dermocosméticos em farmácias. Ambos são as melhores opções para ajudar a reduzir as linhas finas.